quinta-feira, 22 de novembro de 2007

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

No reino dos enamorados não há reis. Mas há nobres.


Quem, da minha geração, não se recorda desse detective meio homem meio robot, cheio de apetrechos metálicos que lhe permitiam fazer tudo, desde cozinhar a fazer bombas, voar e perfurar a terra, esticar-se até abraçar o mundo ou encolher-se até ficar achatado, tipo panqueca, no meio do chão?

Nessa altura queria ser Gadget. Queria poder tirar do chapéu uma lâmpada que ficaria acesa até às tantas e quando os meus pais viessem verificar se dormia, bastava-me apagá-la e recolhê-la para dentro do chapéu novamente. Queria esticar aquelas hélices e sobrevoar a minha escola, enquanto atirava rebuçados para o campo onde jogávamos futebol, num estilo Evita Perón do ano 3000 ("don't cry for me escolinhaaaa!"). Queria ter 50 braços para fazerem o meu trabalho enquanto eu descansava no sofá a ver televisão.Nunca percebi se o Inspector Gadget era meio burro por ser em parte robot ou se fazia mesmo parte dele. Isso assustava-me um bocado: se eu me tornasse gadget também ficaria burra? Também ia de encontro às paredes, acabava por enrolar os meus 50 braços um no outro e destruía a casa inteira?

Desisti de ser gadget. Queria só um livro como o da sobrinha. Aquele livro/pc (que se assemelha em muito aos portáteis) em que ela pesquisava tudo.Na verdade, o que funcionava mesmo era a dupla: Gadget o corpo, ela o cérebro.

E, de repente, a mais louca ideia tomou conta de mim: será que, em cada dupla, como quem diz casal, um está condenado a ser o corpo e outro o cérebro?

Sejamos francos: várias princesas Disney não deviam muito à inteligência. Ora, quem é que vai comer uma maçã de uma velhinha estranha como aquela? Será que os pais da Branca de Neve não lhe ensinaram que não se aceitam coisas de estranhos? Neste caso, ela era o corpo e os anões o cérebro, porque o príncipe nem tinha grandes ocasiões para demonstrar a sua inteligência (resumidamente, o seu papel consiste em andar a cavalgar por aí, de cabelos ao vento, e depois beijar uma morta...).

A Bela e o Monstro: bem, ela era obviamente o corpo e nem vale a pena explicar porquê... e apesar de ser uma menina que lia muito, a biblioteca do Monstro vencia-a aos palmos!

Mas as meninas também são cérebros e, para continuar na onda Disney, temos o caso da Mulan que, transvestida de homem, elabora um plano fantástico para derrotar os Hunos, enquanto o outro (gerenal qualquer coisa) fica ali especado com os seus músculos a olhar para ela (não me lembro se estava ferido e quase a morrer, mas também são pormenores!).

E podíamos seguir daqui para o cinema, para a literatura, onde muitos destes casos se repetem, deixando no ar a tal questão:

Será que numa relação estes papéis estão divididos? Isto é, não a priori, mas já dentro da relação, será que se define, instintivamente, quem fica no papel de quê?

Eu não iria tão longe. Não acredito na divisão cérebro-corpo, mas acredito que há sempre um dos elementos que controla mais a relação, seja por que método for. Não tem de ser o mais inteligente nem o mais forte. Nem tem de ser o mesmo todos os dias. Mas as relações não são equilibradas; não há, na minha opinião, momentos de igualdade na relação em que ambos tenham o mesmo poder nas decisões e rumo da mesma. Hoje posso ser eu e amanhã tu. Mas um de nós terá sempre um controlo superior, ainda que subtil, sobre a relação.

Nem tem a ver com quem gosta mais. São diferentes tipos de personalidades. É por isso que duas pessoas com personalidades controladoras têm grandes dificuldades em manter uma relação estável: qual delas acederá a submeter-se às vontades do outro? Atenção que não falo aqui em sujeição do género: QUERO IR ALI E VAMOS SENÃO LEVAS UMA TROLITADA! Não é isso. É um controlo quase invisível que faz parte da dinâmica das relações e que não faz de ninguém um coitadinho escravizado e maltratado.

Nas relações não há soberanos absolutos, mas uma espécie de democracia em que os apaixonados vão rondando entre si a presidência com uma tendência geral para um deles se manter no poder durante mais tempo que o outro.

Cérebro e corpo? Talvez não. Mas acredito que todas as relações implicam uma divisão de papéis, ainda que, muitas vezes, nem sequer demos por isso...


Como diria a outra: "Quem perdeu, foste tu só tu e nunca eu... Afinal, hoje o papel principal é meeeeeeu!"



sexta-feira, 16 de novembro de 2007

"Sabes, Rui, é que eu estou grávida de TI"


No som do Xeg, a Susana foi apanhada a mentir, gozada e mal falada.

Mas quantas "Susanas" da vida real existem por aí? Hoje em dia, com todos os testes que estão disponíveis nas farmácias, será que ainda há alguma mulher que embarque numa mentira suja dessas, nem que seja pelo risco óbvio de ser apanhada?

Há anos atrás, no tempo das nossas avós, parece que era frequente. Fingir uma gravidez para agarrar um marido era uma combinação daquelas "tiro e queda", sendo que no fim, quem caía mal era sempre a mentirosa.

Nas novelas, há sempre uma personagem que decide fingir que está grávida OU está de facto grávida mas mente em relação ao pai da criança. Mas, nas novelas, compreende-se a burrice: há sempre personagens burras nas novelas para poder haver história. Que piada é que tinha se o Clotildo descobrisse logo que afinal o pai do bebé da Marileia é o Marquinhos?

Só que isto não é novela, é VIDA REAL.

A história da "outra" cujo teste de gravidez deu VERDE (depois de uma noite de amor intenso com alguma alface), ou "daquela" que estava grávida mas perdeu o bebé, de repente, "por causa dos nervos" são inacreditáveis, ainda para mais se pensarmos que estamos a falar de jovens da minha idade, miúdas informadas do séc. XXI. A verdade é que o chamado progresso de que nós, da minha geração, beneficiamos, não se reflecte nos princípios.

Mentirosas e oportunistas existirão sempre. Desesperadas também. Não é o lado mais negro da raça humana que me choca, esta capacidade de mentir e deturpar a seu favor. Não, neste caso, o que mais me choca é a burrice, com todas as letras! TODA A GENTE sabe que existe uma coisa chamada teste de gravidez e uma outra, também famosa, que dá pelo nome de comparação de ADN. Assim sendo... onde é que elas pensam chegar?

O que as novelas me ensinaram (e, pelos vistos, a elas também) é o truque que designarei por "antecipação": fingem que estão grávidas e depois da reconciliação com o suposto pai da criança tentam, à força toda, engravidar de facto. Claro que as datas não vão bater certo, mas elas devem ter a esperança de que o outro seja tão burro quanto elas e nem dê por nada!

De todas as mentiras, esta é, para mim, uma das piores. Uma criança é um ser humano. Fingir que se está grávida ou PIOR AINDA engravidar com o simples propósito de agarrar um homem é um acto de puro EGOÍSMO e estupidez.

Crianças não suportam relações. Podem prolongá-las, em alguns casos, mas não as suportam para sempre. E quando a relação desabar e a criança já não servir o seu propósito... para que é que ela serve? Suponho que aos olhos destas mulheres já não sirvam para nada.

Homens não se "agarram", conquistam-se. E pela verdade. É que uma relação que se estabelece na mentira nunca poderá ser uma relação verdadeira. A simulação de uma relação não pode preencher ninguém, não pode satisfazer ninguém, a não ser nesse mundinho de teatro que elas criam para se entreter.

São histórias que ouvimos, desde novinhas, nos corredores. Que são contadas a meia voz, segredadas em cafés ou berradas ao telefone.

Existem muitas "Susanas", infelizmente, que nunca passarão disso mesmo: mentirosas tristes que nunca serão capazes de romper com esse ciclo de tristeza e pobreza de espírito que, elas próprias, perpetuam.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Perdoar

Existe uma larga diferença entre perdoar e aceitar. Entre aceitar e calar. Entre calar e esquecer.
Todas as grandes relações (grandes no sentido temporal) são feitas de perdões dados aqui e ali: perdoa-se um gesto indelicado, um atraso, uma palavra mais dura, uma mentira, uma traição. Às vezes perdoa-se, de facto. Outras, perdoa-se porque não se quer perder, não se quer acabar já, não se quer interromper os bons momentos. Na maioria das vezes, diria que não existem verdadeiros perdões. São aqueles perdões de : ok, podes voltar, porque me fazes falta aqui ao lado, mas não vou esquecer o que fizeste.
Não é uma questão de castigar, é porque às vezes, muitas vezes, é impossível perdoar. Mesmo que a boca se controle, a cabeça está cheia de sinais de alerta, grandes néons vermelhos que se acendem quando olhamos para aqueles que perdoamos e que nos dizem: CUIDADO! PESSOA NÃO-PERFEITA!
Que as pessoas perfeitas fazem parte dos desenhos-animados, já todos sabemos. Mas por vezes preferimos esquecer. Arriscamos um "quase perfeito", um "ideal para mim", um "até dos defeitos gosto!".
NOTA 1: os defeitos que a início têm piada são os mesmos que, com o tempo, nos levarão à loucura!
A capacidade de perdoar é subvalorizada no nosso mundo. O perdão, mais que tranquilizar o perdoado, dá paz a quem perdoa. Deixar ir, esquecer, perdoar, tudo coisas fantásticas que podem conduzir a uma vida sem rancores e mágoas recalcadas que fechamos a sete chaves para não destruirem o nosso mundo, já cunhado de imperfeito, mas que ainda tem uns pózinhos de perlimpimpim a pairar sobre ele.
Só que nem todos sabemos perdoar. Traí e fui traída. Nunca perdoei. Nunca soube perdoar. Aceitei de volta, retomei relações, mas nunca fui capaz de dar o passo em frente, saltar por cima dos momentos de imperfeição e torná-los parte do passado.
NOTA 2: Erros de um momento podem tornar-se erros para sempre.
E, acreditem, gostava de saber perdoar. Estar imbuída desse espírito cristão e perdoar a sério, sem mãos atrás das costas com dedos cruzados, nem letreiros luminosos a atormentar a consciência. Não adianta de nada receber de volta quem nos magoou se não soubermos perdoar, porque é adiar o certo, e viver momentos de pura frustração.

Acho que faziam falta uns cursos de perdoar. Como existem os de bricolage e jardinagem, o curso de perdoar teria muitos interessados, dispostos a gastar milhões para aprender a fazer uma coisa que talvez ninguém nos possa ensinar.
Eu gostava de saber perdoar.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O meu tricot


É isto que chamo aos meus tempos de solteira. Ouvir as histórias de amor dos outros enquanto tricoto meias, umas atrás das outras, ao pé da lareira, com o gato a aquecer-me os pés.

É claro que eu nem sequer sei pegar numa agulha, quanto mais fazer aparecer meias de um novelo, e não tenho por hábito sentar-me à lareira. Mas é assim que me imagino, sempre, com o cabelo a ficar cinzento (esquecendo, por momentos, os 22 anos e o cabelo ainda intocado pelo tempo) e os óculos na ponta do nariz enquanto tento fazer passar a linha pelo buraco da agulha.

De estar euforicamente livre e sozinha, pronta a descobrir o mundo, passei a velha rezingona e abandonada, daquelas que atiram vasos da varanda para os casais que passam, de mãos dadas na rua.

O mais incrível é que os meus momentos de solidão costumam coincidir sempre com os momentos de exaltação amorosa dos outros: é ouvi-los, babados, sorriso de orelha a orelha, olhinhos perdidos num tempo e num espaço tão distantes, e eu a mascar pastilha, uma atrás da outra, e a imaginar as minhas meias meias feitas, meias por fazer, à minha espera em casa (junte-se a isto um caldeirão fervilhando na lareira com um líquido asqueroso verde lá dentro, e dá o quê?...)

Como qualquer mulher prática e moderna do séc XXI, faço o pino contra a parede (nunca o soube fazer de outra forma mais arriscada) e esforço-me por ver o lado positivo. É verdade que, nos últimos tempos, tenho aprendido mais sobre mim mesma do que nunca. Também é verdade que, até há bem pouco tempo, havia uma alegria estúpida e irracional que se apoderava de mim todas as manhãs e me fazia rodopiar da cama até à cozinha (e eu tenho o pior despertar que conheço!). Então, porque já não rodopio? Se está tudo na mesma, e nada mudou, o que se passou com aquela electricidade nas plantas dos pés? Porque é que, de repente, não quero ver grandes filmes de amor, e faço um sorriso malvado e céptico quando pombas brancas esvoaçam sobre a minha cabeça? (A bem dizer, nunca gostei de pássaros. Um dos piores dias de sempre foi passado num jardim onde, por todo o lado, havia pavões e flamingos a virem na minha direcção e eu só queria fugir!)


Vou mas é tricotar meias, não vou racionalizar. Quem sabe o gato aos meus pés não vira príncipe se o beijar, o cladeirão fervilhando vira palácio se o entornar, e as meias espalhadas pelo chão tornam-se lindos vestidos de baile se as calçar?

De facto, racionalizar não é comigo!


segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Ai Lave Iu




Na verdade não interessa como o dizes, mas como o sentes.

A nossa época não é a época do "amo-te". Pelo contrário, há um medo enorme de se dizer estas palavrinhas, como se quem as pronunciasse ficasse automaticamente infectado pela lepra. Dizer "amo-te", hoje em dia, parece soar a "sou um bimbo" aos ouvidos da maioria das pessoas. É aceitável dizer "adoro-te", "gosto muito de ti", "és tudo para mim", mas ai daquele que se lembrar de dizer que ama!


Escondemos o amor por detrás de expressões light, como tudo o que se refere à nossa época. Era da fast food, do home cinema, do "curto bué de ti". Aos poucos, vamos banalizando os aspectos da nossa vida, queremos tudo instantâneo e simples e, pelo caminho, a essência das coisas vai-se perdendo, esbatendo, esfumando.


Dizer "amo-te" vem acompanhado de uma série de rituais. Primeiro pensamos nisso, depois respiramos fundo 30 vezes antes de o dizer. Como se, uma vez dito, nada voltasse a ser o mesmo. Existe toda aquela questão do "quem diz primeiro", e do "se eu disser «amo-te» será que ele mo diz de volta?", dúvidas existenciais que levam a que grande parte das pessoas da minha geração pura e simplesmente deixe de lado uma das expressões mais bonitas e populares de sempre.


E se nos filmes o "I love you" vem sempre na altura certa, com olhos meiguinhos nos olhos fofinhos, musiquinha a combinar, um ambiente perfeito, um desabafo que se antecipa ao beijo, já na vida real dizer "amo-te" não passa por tanto. E aquilo que passamos semanas a remoer sai assim, como "quero um copo de água se faz favor", um sorrisinho, um beijinho meio desajeitado, a cabeça a 200km/h "então mas ele não diz nada?! AI VOU MORRER!", ele lá se decide a retribuir o cumprimento, não sabes se porque o sente se é só por delicadeza, mas ao menos respondeu e já não tens de ficar ali especada com cara de parva. Ou então ele não diz nada, ris-te, e vais para casa bater com a cabeça na parede até conseguires ficar amnésica e esquecer o episódio.
Mas como toda a regra tem a sua excepção, existem também aqueles para quem "amo-te" não passa de palavras, usadas estrategicamente ou não, mas sem riscos alguns. Dizer que se ama alguém quando, na verdade, não o sentimos, é tão fácil como fazer o 4 (se bem que o álcool, neste caso, ajuda em vez de dificultar).

Acima de tudo, diria eu armada em psicóloga/socióloga, existe, na nossa época, um medo imenso da entrega. Não nos queremos magoar e se não dissermos o que sentimos então talvez não seja verdade. Se eu te adorar e tudo acabar, eu recupero. Se eu gostar muito de ti e me deres com os pés, não vou fazer um drama. Mas se te amar e, de repente, te esqueceres de mim, o meu mundo vai cair aos bocados! E tu vais saber disso, que é o pior de tudo!
Há um medo enorme do ridículo, isto é, de ser largada a sofrer. Como se sofrer por amor fosse assumir algum defeito ou fraqueza. Somos HUMANAS, é normal que soframos de vez em quando. Isso não nos torna mais fracas, mas, pelo contrário, mais fortes.
Dizer "amo-te" não é ridículo. Ridículo, e triste, é ter medo de o dizer e perder, assim, a oportunidade de o fazer. Não há nada pior que o "tarde demais".







PS - este post foi inspirado por um placard na minha faculdade onde se pode ler: "a lave u", escrito a giz. Infelizmente não o fotografei, porque era a ilustração perfeita.... Imaginem-no: as coisas são sempre mais bonitas imaginadas ;)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Amor vs obsesión

Son las cinco de la mañana y yo no he dormido nada
Pensando en tu belleza en loco voy a parar
El insomnio es mi castigo, tu amor será mi alivio
Y hasta que no seas mía no viviré en paz
Bien conocí tu novio pequeño y no buen moso
Y sé que no te quiere, por su forma de hablar
Además tu no lo amas por que el no da la talla
No sabe complacerte como lo haría yo
Pero tendré paciencia por que el no es competencial
Por eso no hay motivos para yo respetar
No, no es amor lo que tu sientes se llama obsesión
Una ilusión en tu pensamiento
Que te hace hacer cosas
Así funciona el corazón
Bien vestido en mi Lexus pase por tu colegio
Informan que te fuiste, como un loco te fui alcanzar
Te busque y no te encontraba y eso me preocupaba
Para calmar mi ansia yo te quería llamar

Pero no tenia tu numero
Y tu amiga ya me lo negó
Tu hermanito mucho me ayudo
Eso me trajo la solución

Yo sé que le gustaba y le di una mirada,
con par de palabritas tu numero me dio.
Del celular llamaba y tu no contestabas,
luego te puse un beeper y no había conexión.
Mi única esperanza, es que oigas mis palabras
(Dice la chica) No puedo tengo novio
No me enganches por favor

Noooooo, no es amor
Escúchame por favor
Lo que tu sientes se llama obsesión
Una ilusión
Estoy perdiendo el control
En tu pensamiento
Que te hace hacer cosas
Así funciona el corazón...

Mi amor por Dios no me enganches espérate que hay mas
Hice cita pa' el siquiatra a ver si me ayudaba
Pues ya no tengo amigos por solo hablar de ti
Lo que quiero es hablarte para intentar besarte
Será posible que con obsesión uno pueda morir
Quizás pienses que soy tonto, privon y también loco
Pero es que en el amor soy muy original
Enamoro como otros, conquisto a mi modo
Amar es mi talento, te voy a enamorar
Disculpa si te ofendo, pero es que soy honesto
Con lujos de detalles escucha mi versión
Pura crema de chocolate, juntarte y devorarte
Llevarte a otro mundo en tu mente corazón
Ven vive una aventura, hagamos mil locuras
Voy hacerte caricias que no se han inventado
No es amor, no es amor (etc)
Es una obsesión.


Parece amor mas não é. É obsessão, escondida na almofada a noite inteira, a remoer os pensamentos, a invadir os sonhos. Chama-se obsessão, aquele tipo de amor que amarra, que cansa, que magoa, que enlouquece.
Quem nunca teve uma obsessão? Tornamo-nos pessoas que nunca fomos, dizemos coisas que parecem saídas de filmes de terror, pequenas meninas do Exorcista totalmente focadas nele: ora te amo, ora te odeio, ora és a minha vida, ora devias morrer!
Até mesmo a mulher mais ponderada e sensata, daquelas que não abrem guarda-chuvas dentro de casa, e levam sempre uma barrinha de cereais na mala para o caso de terem fome, até mesmo elas estão sujeitas a uma obsessão digna de arrancar cabelos e cuspir fogo!
A verdadeira questão, é, como sempre, admitir o problema. Como distinguir o amor da obsessão?
Estudos recentes, feitos pelos laboratórios Vénus (laboratório fictício, existente nos recônditos do meu cérebro), vieram dar algumas luzes sobre o assunto. Insisto que são resultados "daquele" "laboratório" que só "existe" para algumas "pessoas". Se, mesmo assim, forem teimosas e quiserem saber o resto, força. Dizem que o saber não ocupa lugar, não é?
  • Se imaginas formas de o torturar, provavelmente não estás apaixonada, mas sim OBCECADA
  • Se passas noites a fio a roer unhas a imaginar onde ele está, provavelmente não estás apaixonada, mas sim OBCECADA
  • Se os teus sonhos são, invariavelmente, ele com outra, e tu a pegares fogo aos dois (ou o equivalente) então, provavelmente não estás apaixonada, mas sim OBCECADA
  • Se lhe cuscas o telemóvel todos os dias, e quando encontras mensagens que dizem "Então mano, tass bem?", achas que são da "outra" e fazes um escândalo, provavelmente não estás apaixonada, mas sim OBCECADA
  • Se o persegues na rua, escondida atrás das esquinas, provavelmente não estás apaixonada, mas sim OBCECADA
  • Se mandas mensagens de outros números só para ver se ele responde, e a) se responde é um porco b) se não responde é porque sabia que eras tu e portanto é um porco na mesma, então, provavelmente não estás apaixonada, mas sim OBCECADA
  • Se sentes que há sinais divinos que vos mostram como devem ficar juntos (do género, "olha temos os dois sinais nos braços! É UM SINAL!" ou "Não me digas que tiveste um cão chamado Bobi! Eu também!! É UM SINAL!") apesar de todos os dias a tua consciência te dizer o contrário, provavelmente não estás apaixonada, mas sim OBCECADA.
  • Se fazes uma lista das coisas que gostas nele e as que não gostas e a coluna positiva tem um item e a negativa tem mais de duas páginas, provavelmente não estás apaixonada, mas sim OBCECADA

É claro que também é possível que sejas apenas uma namorada "especial" e que padeças de todos estes sintomas sem estares, necessariamente, obcecada...

A obsessão não é coisa de menina. Acontece-lhes a eles e a elas (nós, que da última vez que me lembro fui ao wc do ser com saia), em todas as idades, com diferentes graus de intensidade. Há os que chegam ao esgotamento, à pura loucura, a cometer actos tão insanos e violentos contra aqueles que um dia amaram que custa acreditar que estas coisas são possíveis.

Penso que o melhor caminho para evitar a obsessão (para além de comer sempre os legumes e a fruta) é lembrarmo-nos sempre que somos NÓS e não ELES o centro da nossa vida. Que muito depois de eles terem sido "levados com o vento" nós cá estaremos, o mundo cá estará, a girar no mesmo sentido, com os passarinhos a voar e as abelhas a picar. E a famosa frase "homens há muitos" (bem como mulheres) é VERDADEIRÍSSIMA.

Por isso, caso manifestes os sintomas acima referidos, olha-te ao espelho, vê a pessoa mais importante da tua vida (é que, sem ela, não havia a tua vida, percebes?), mala às costas e toca a andar. A vida é demasiado curta para se perder em obsessões quando podias estar apaixonada!

"The greatest thing you'll ever learn

is to love and be loved in return" (sem pânicos ;))

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Bagorida (ver primeiro o Onchari 2 posts abaixo)


Há uma lembrança guardada
com fita de cetim vermelho,
enrolada no fundo duma gaveta
com cheiro a sal e a velho.
Tingida das lágrimas, aguarda
escondida de ti, receia
que chores de novo, ao vê-la
cala-se quieta, e anseia
o dia em que abras a fechadura
com a chave dourada que trazes ao peito.
e que digas: fui feliz,
ainda que nao tenha sido perfeito!
Fui feliz! Sorri, cantei, gritei
fiz caretas ao mundo e não tive medo.
E quando acabou, não quis recordar
que tudo acabou demasiado cedo.
Quis dizer que era mentira, era ilusão
nunca fui feliz, nunca me preencheste!
Nunca foste sincero, nunca me amaste
mentiste, fingiste, magoaste e perdeste.
Perdeste a mulher que sou
e a que um dia vou ser.
E eu perdi ilusões
e isso ajudou-me a crescer.
Mas lá dentro, baixinho,
há uma voz que te diz:
não tenhas medo de admitir
que um dia, com ele, foste feliz.
Não tenhas medo de assumir
que os sorrisos são efémeros
e que a felicidade são momentos
que passam por nós, etéreos.
Não banalizes os sentimentos
nem os tentes tornar menores.
São as coisas que nos magoam
que nos tornam pessoas melhores.
Guarda a lembrança na gaveta
e não a espreites, por agora,
mas não deixes que desapareça,
não deixes que vá embora.
São nesses pedaços confusos
feitos de sorrisos e dores
que sobrevivem os dias antigos
e sobrevivem os amores.
Mesmo imperfeitos,
mesmo com falhas e limitações,
perdoamos-lhes as lágrimas
e aceitamo-los como lições.
Obrigada pelos dias bons
Obrigada pelas palavras importantes,
obrigada pelos beijos que julgámos eternos,
obrigada pelas lembranças distantes.
Obrigada por me fazeres quem sou
Obrigada pelas vezes que me fizeste chorar.
Obrigada por me teres feito mais forte,
Obrigada, mas sem ti a vida vai continuar...

V de Vingança

Dizem que se serve fria, mas é sempre preparada a quente. Numa cabeça fervilhante de ideias e num coração invadido por emoções contraditórias que tão bem caracterizam a vingança. Numa relação amorosa, haverá realmente espaço para a vingança?
Qual é afinal o objectivo mestre de planos diabólicos preparados às luzes de velas enquanto um tacho borbulhante de poções mágicas ferve ao lume?

Maquiavel disse que os fins justificam os meios. E este era o Maquiavel, o homem que deu o nome aos nossos actos mais cruéis e calculistas. E então eu pergunto: qual é o fim da vingança que a justifica? Magoar quem nos magoou? Receber com isso algum prazer? Encontrar, no sofrimento dos outros, o nosso bem-estar?
E se esse é o objectivo que procuram posso dizer-vos que não, não o vão achar. Porque o sofrimento daqueles que nos magoaram funciona como uma fórmula matemática básica: o meu sofrimento+ o teu sofrimento= 2 sofrimentos.

É verdade que a início a vingança tem um sabor doce. O poder de magoar alguém, sabermos que temos esse poder de castigar, pode ser bastante reconfortante. Mas passado um tempo isso esbate-se e ficam só as feridas. As tuas feridas e as dele, abertas, que por vezes nem o tempo é capaz de sarar.
A vingança envolve sacrifício. Porque magoarmos quem gostamos, mesmo quando nos magoaram, custa. É uma sensação agri-doce, feita de dor e prazer, um prazer que dói no peito e nos pergunta "está certo?" e afastamos o pirilampo da consciência com a mão e fazemo-nos máquinas de destruição maciça de sentimentos. Só que, como em qualquer guerra, ambos os lados terão as suas vítimas.
A verdade é que, quando nos vingamos, sacrificamo-nos a nós também. Valerá a pena? Será que aqueles momentos de regozijo compensam, mais tarde, a desilusão connosco mesmas? "Eu fui capaz..." deixa de se tornar um hino à nossa força e torna-se uma música triste sobre os nossos erros. As vinganças são males propositados que se instalam dentro de nós e não saem. Porque quando um dia falarmos deles, daqueles de quem nos vingámos, teremos uma lista de pessoas que magoámos pelo puro prazer de nos sentirmos melhores. E o que é que isso faz de nós?

Não alimento vinganças. Não concordo, não pelo aspecto moral da coisa, não porque "ai és tão má", mas, pura e simplesmente, porque uma vingança não leva a absolutamente lado nenhum e às vezes as maiores vítimas das nossas vinganças somos nós próprias.

E se em vez de nos vingarmos quando nos magoam erguermos a cabeça e dissermos: "para mim chega"? E se pegarmos nas nossas coisas e formos embora? Não será que é isso, sim, o que faz as grandes mulheres? "Eu fui capaz": fui capaz de ir embora sem me tornar alguém pior. Fui capaz de atravessar os anos sem o arrependimento das minhas vinganças vãs. Fui capaz de crescer, de seguir em frente, de deixar para trás aqueles que me magoavam e de encontrar pessoas que me respeitam e me dão valor.
E acreditem que no dia em que se forem embora assim, de cabeça erguida, conscientes de que estão a fazer algo para o vosso bem e não para causar sofrimento a alguém, no dia em que perceberem que estão a viver e a agir em vossa função, nesse dia, poderão causar muito mais sofrimento do que com mil vinganças.
Até lá, todas as vinganças são como jogos de ping-pong, em que ora os magoamos, ora nos magoamos a nós.

Por isso, imaginem as vossas vinganças, façam planos que assustariam o próprio diabo, desenhem armadilhas elaboradas que poderiam ser feitas a partir de pedacinhos de madeira afiados, arranjem uma lista das 1001 mortes mais dolorosas do mundo, mas depois... deitem tudo fora e procurem, em vez do sofrimento dele, a vossa FELICIDADE. Vão ver que compensa!









terça-feira, 9 de outubro de 2007

Onchari =)


Se me sinto só diferente

Se passaste, mudaste

achei só que o que era especial,era

mas agora o que é banal, foi

Palavras ditas e reditas

tornam-se nada...

Tu ficas mudo, em mim

eu fico calada, não quero já ver

Já sei quem és, mesmo

ontem conheci alguém, mas não,

já mudei, já não quero...

Agora resto eu

e tudo o que é meu...

O que é meu, sempre foi,

e tu és de quem?

Pertences ao mundo e a ti,

e esse mundo é longe...

Saí, tu já foste.

Destruí as lembranças,

ficou o que ficou...

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

As coisas como elas são


Chamemos as coisas pelo nome: as feridas de amor são uma merda.
Passamos tempos indefinidos a lambê-las, na esperança de que cicatrizem, a escondê-las dos outros e de nós mesmas com pensos rápidos com bonecos do Shrek (ironicamente abraçado à Fiona), a ignorá-las quando as vemos ao espelho, sabendo que sim, estamos mudadas. Há ali uma parte de nós que não ficou igual, há ali a marca inegável de uma ferida provocada por palavras, por gestos e por actos. Mesmo quando nos habituamos a ela, no reflexo, ela permanece lá, só que já não a notamos. Ficámos diferentes, mas já não nos lembramos de como éramos antes.
Esquecemos que houve um tempo em que confiávamos e acreditávamos no amor para sempre. Esquecemos que houve alturas em que julgávamos que a felicidade estava a um abraço de distância. Esquecemos que um dia fomos assim, crentes e inocentes, mas que o tempo nos fez saber, sem rodeios nem falinhas mansas, que a vida é bem mais complicada que isso e que aqueles que um dia nos fizeram sentir que a lei da gravidade não passava de uma invenção estúpida, são os mesmos que nos ensinaram que a queda é inevitável, que a gravidade se há-de rir perante a nossa descrença e que quanto mais alto subirmos... maior a queda.
É uma tragédia que atravessa toda a humanidade, desde os tempos mais remotos. Como se terá sentido a primeira mulher a chorar por um homem? Na sua caverna fria e solitária, imagino-a a desenhar imagens jocosas do respectivo, comparando-o a algum mamute e prometendo não voltar a cair. Não mudámos muito desde então, pois não?
Mas será isto, necessariamente, uma tragédia? Quer dizer, é inegável que dói, que transforma, que nos desfaz em pedaços e reconstrói sem saber bem onde encaixavam as peças. Mas não é verdade que o bem só existe por oposição ao mal, que a sombra depende da luz, que a felicidade é,na maioria das vezes, a ausência de tristeza? Então, se não houvessem feridas, se tudo resultasse à primeira, que valor teriam os bons momentos, os grandes momentos de cada relação, aqueles que se transformam em curtas-metragens fantásticas que são armazenadas na nossa memória com rótulos de nome masculino?
Tenho de admitir que já faz algum tempo e que a distância facilita tudo. E que este mesmo discurso, tão certinho e adulto, me parecerá estupidamente falso quando estiver a arrancar cabelos e maldizer toda a raça masculina.
Mas enfim, estou num momento de clarividência que só a distância mesmo pode proporcionar. E se com isso puder ajudar alguém a arrancar menos 2 ou 3 madeixas d cabelo, que tantos euros custam a pintar no cabeleireiro, dou-me por satisfeita.
Afinal, temos de ser umas para as outras. É assim que as coisas são.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Degradear ou não degradear?


Amigos coloridos.

Não sei donde nasceu a expressão, mas a mim faz-me lembrar um anúncio anti-racismo ou a lápis de cor.

Partindo do princípio que os amigos coloridos são aqueles que, de vez em quando, são mais que amigos, então suponho que, por oposição, os amigos verdadeiros sejam a preto e branco. Nada mais ridículo, visto que os amigos amigos, aqueles que supostamente são a preto e branco, são os que pintam a nossa vida com mais cores.

Os amigos coloridos deviam chamar-se os amigos "degradé". Amigos que vão oscilando entre a amizade pura e a ocasião de algo mais, entre o beijinho na cara e o abracinho mais apertado, entre o sorriso inocente e o olhar provocador. Até que ponto a amizade degradé se pode chamar amizade, porém? Até que ponto podemos estar, de facto, totalmente livres e despreocupados, junto dos nossos amigos degradés? E se um dia quisermos ser só amigos, e não quisermos obter o tom mais escuro, como fazer o sinal? Haverá alguma espécie de código secreto entre amigos degradés, tipo, três dedos para cima e dois piscares de olhos significa: hoje somos amigos a preto e branco; enquanto três dedos para cima e dois entortares de olhos significa: sim, vamos "degradear"!? E não será tudo isto demasiado complexo, correndo o risco do nosso amigo degradé não perceber patavina do nosso sinal?

O grande problema, para mim, reside neste ponto: será que o nosso amigo degradé se poderá, alguma vez, transformar num amigo a preto e branco? Ou, uma vez terminado o processo de degradear, tudo está condenado?

E isto leva-me a pensar que, se calhar, há pessoas com quem não devemos degradear. Há amigos demasiado coloridos para serem degradés porque são explosões de cor na nossa vida.

No fim, cabe a cada um de nós escolher aqueles com que devemos, queremos, ou não, degradear. A vida é feita de momentos, sucessões numa ilusão de continuidade, como um filme feito de cenas recortadas numa fita magnética e montadas com precisão de mágico. E os melhores filmes são a cores, a preto e branco ou em degradé, conforme o gosto do freguês. :P



segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Terapia feminina- a verdade e o mito

Diria que cerca de 80% das comédias românticas têm uma cena de terapia feminina. Uma daquelas cenas em que uma casa inteira se enche de mulheres numa missão impossível: socorrer uma amiga duma depressão terrível, causada por um homem igualmente terrível (ou pelo menos, no momento, por mais ternurento que seja, convém sempre que ele seja considerado terrível), que será terrivelmente mal falado nessa noite!

Entre a fantasia e a realidade, fica o imaginário masculino recheado de imagens de mulheres que pintam as unhas dos pés e fazem trancinhas umas às outras enquanto cantam o último êxito da cena pop.

"Mas é mentiraaaa, mentiraaaaaaa!", ou, pelo menos, não é 100% verdade... Aqui ficam as verdades e os mitos das missões SOS GIRL, pelo menos de acordo com a minha experiência. Tudo aquilo que viram no cinema e gostavam de confirmar!





  1. Nas missões SOS GIRL há sempre uma caixinha de lenços à mão MITO


Geralmente, se houver papel à mistura, são rolos de papel higiénico. Na verdade, não há muita gente que use caixinhas de lenços em casa.


2. As missões SOS têm como tema principal os homens VERDADE


Sim, mas nem sempre temos de falar mal deles. Há sempre alguém que se lembra de um homem decente, mesmo que ele seja uma personagem de ficção (não valem pais ou amigos gays)!

3. Fazem-se tratamentos de beleza, experimentam-se roupas, pintam-se as unhas MITO


Uma missão anti-depressão, não significa que seja uma missão pró-vaidade. Existem formas muitíssimo melhores de restaurar o ego: elogios, elogios e elogios! Ah, sim, e promessas de que "ele vai-se arrepender quando vir o que perdeu!"... O verniz, no entanto, é considerado um bónus, e pode ser incluído caso haja em vermelho forte.


4. Missão que é missão tem gelado, chocolate e bolachas VERDADE


Mas os rapazes quando se juntam também gostam de comer, não é? Sim, comemos gelado mesmo do pacote, depenicamos umas bolachinhas e costuma haver chocolate na mesa. Não que seja uma espécie de suicídio calórico, mas dizem que o açúcar anima a malta (é isso e o álcool... é o que dizem!)


5. Rasgamos fotografias, cartas e outros itens oferecidos pelo "Terrível" MITO


Ninguém, em circunstâncias normais, o fará. Somos mulheres, não somos feiticeiras que acreditam que com isso vão destruir-lhe a alma ou coisa do género... As coisas dos "exs" pertencem às caixas debaixo da cama, ao fundo de alguma gaveta, e é engraçado recordá-las, anos mais tarde, numa nova "missão SOS", para nos lembrarmos que já passámos por isso, levantámo-nos e seguimos em frente ;)



6. Existe uma espécie de chamamento para estas ocasiões VERDADE


Não são sinais de fumo, nem uivos ao luar. Infelizmente, nem sequer temos um daqueles holofotes do Batman para projectar desenhos giros no céu. Só que somos a geração SMS, a geração dos X e dos K, em que uma mensagem se escreve em 5 segundos e 5 segundos depois já todas as amigas foram alertadas e recrutadas para a missão.





Mitos e fantasias, há muitos. E não me cabe a mim destruir aquilo que o cinema, tão arduamente, implementou. Se nos querem imaginar de máscaras de argila e chinelos, a emborcar "cosmos" e a fumar charutos enquanto uma pobre se afoga no próprio ranho... tudo bem! A imaginação nunca matou ninguém, e o mundo feminino deve permanecer sempre um pouco misterioso. É o que nos torna assustadoras, complicadas e inexplicáveis. É o que os faz suspirar "Porra, mas alguém percebe as mulheres?!", os faz recuar quando gritamos "Ela está a ter um ataque de tensão pré-menstrual!!", e os leva a oferecerem-nos flores depois de quase os termos atacado com a batedeira quando as claras não ficaram propriamente em castelo e eles dizem "realmente, essas claras não ficaram propriamente batidas em castelo".


Nós nem somos assim tão más... mas não contem a ninguém! ;)









segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Síndroma Disney

Diz o velho ditado que a beleza está nos olhos de quem a vê. E eu comprovo-o, assino por baixo, e peço ao meu pai para me levar ao oculista o mais depressa possível, porque ultimamente a beleza anda escassa por estes lados.

Numa atitude de "mulher solteira, feliz e curtindo o seu tempinho", esforço-me por encontrar alguma beleza masculina por aí. Eu olho, volto a olhar, viro os olhos, fecho-os um bocadinho, esbugalho-os, e fica tudo na mesma.

E então, eu pergunto-me: será que não há homens bonitos ou são os meus olhos que já não sabem ver beleza? E, fiando-me no ditado, concluo que estou com um grave problema. Claro que vejo homens bonitos, naquele sentido puramente estético da coisa, umas carinhas engraçadas que vão passando, de vez em quando, mas, até ao momento, nada que me faça parar e dizer "Ai caramba!!(com sotaque mexicano)".

Sofro daquele síndrome feminino a que chamo o "Síndrome Disney". É cada vez menos comum, se calhar porque, cada vez menos, as meninas são criadas a ver os filmes da Disney e vêem as Winx e My Scene, com roupas da moda, conversas sobre rapazes, e truques para todas as ocasiões. É que no tempo da Disney, aquele tempo remoto em que me insiro, as princesas encontravam príncipes inteligentes, bonitos, simpáticos e cheios de valores. As MyScene namoram com actores e com o "borrachão" da escola, e as Winx.... namoram com algum feiticeiro vestido o último grito moda. Meu Deus, as nossas princesas disney vestiam-se, tantas e tantas vezes, com trapos!!!

O meu síndroma Disney bloqueou-me os sensores de beleza para a modernidade. Arrasta-me numa perseguição louca por alguém que não existe, mas que me vai interpelar com um "E Platão?" em vez do típico "HEH PAH BOAZUDA!".

Pois. O certo é que, enquanto as Barbies e as Winx andam por aí a curtir, muito chão teve de lavar a Cinderela antes de encontrar o seu príncipe. Mas encontrou-o ;)

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Sozinha ou apenas sem má companhia?

A questão é que quando estamos sozinhas não estamos nem com más companhias nem com boas. Estamos, pura e simplesmente, sozinhas. E, como na maioria dos casos, também a solidão no mundo dos afectos tem o seu lado positivo e o lado negativo.

Desde há alguns meses que entrei, oficialmente, nesse grupo a que chamam "as solteiras". No início, explosão de adrenalina, há um mundo a conquistar, nada nem ninguém nos pode parar. Somos livres, LIVRES, como diria o Pacman "Somos grandes, gigantes, com dois metros de altura" (na verdadade, um gigante tem bem mais que 2 metros. Sabiam que o homem mais alto do mundo mede 2,53m?) e sentimos que não há limite às nossas ambições.

Mas quando a nossa vida sentimental se resume aos relatos da vida sentimental dos outros há sempre o perigo de nos tornarmos impacientes. Mas porque é que não aparece ninguém de jeito? Ou serei eu que não sou alguém de jeito? Oh não: auto-estima na berma da estrada a pedir esmola, não há roupa que nos fique bem (estou tão gorda, estou tão magra, estou um trapo, estou um farrapo... snif snif), este penteado faz-nos parecer 4 anos mais velhas ou 4 anos mais novas... enfim, instala-se o pânico na nossa cabecinha preenchida pelas cenas de Hollywood em que não há dama que não encontre um cavalheiro à sua altura.

A verdade é que uma das maiores lições que tenho vindo a aprender ao longo da minha humilde e curta vida foi a apaixonar-me por mim. Uma lição algo narcisista mas fundamental como o slogan do leite: se eu não gostar de mim, quem gostará? (hoje em dia o slogan já é diferente, algo como "se eu gostar de mim vão todos gostar" ou qualquer coisa do género). "A minha melhor companhia sou eu mesma", uma máxima cheia de força e muito bonita na teoria mas que na prática custa a implementar. Sou, sempre fui, uma pessoa socialmente carente. Preciso de gente à minha volta para conseguir consumir todo o blablabla que sou capaz de debitar continuamente. E gosto de ouvir. Gosto de ler expressões, gosto de trocar experiências, enfim sou uma "Pessoa de pessoas". Mas a verdade é que ninguém me pode acompanhar melhor que eu mesma: eu e eu temos os mesmos hobbies; eu e eu rimo-nos das mesmas partes num filme; eu e eu gostamos de andar descalças pela casa; eu e eu não gostamos de transportes públicos e optamos pelo carro ou pela boleia forçada; eu e eu temos os mesmos defeitos por isso não dá para criticar sem ser criticada de volta; eu e eu não podemos andar à estalada porque quem sofre é sempre a mesma! Eu e eu, um amor (algo esquizofrénico) para sempre!!!

Esquizofrenias à parte, a verdade é que quando aprendemos a desfrutar da nossa própria companhia, a solidão passa a ser uma sombrinha ridícula que não mete medo a ninguém.

Por isso, enquanto for só eu e eu, vou aproveitar ao máximo! E se entretanto surgir alguém digno de se sentar ao meu lado (ui, e acreditem... é difícil encontrar alguém que se consiga sentar ao meu lado por muito tempo!) nunca vou esquecer a minha euzinha, a minha melhor amiga e companheira mais fiel, nos bons e nos maus momentos, e ela há-de ter sempre o lugar mais especial de todos.


Qualquer suspeita de esquizofrenia/dupla personalidade/problemas psiquiátricos que tenham em relação a mim... bem, às vezes é óptimo ser maluquinha :P

domingo, 24 de junho de 2007

BANZAIII



Os tambores rufam, as mãos suam, o coração bate descompassadamente. Prendes a fita de Rambo na testa, cospes nas mãos e fazes figas, gritas um grito de guerra para ti mesma e avanças.


O primeiro passo.


Aquele em que é o tudo ou nada, em que ele sorri ou se assusta, em que ganhas ou perdes. Aquele que planeamos ou em que simplesmente nos atiramos, que arriscamos ou adiamos, que receamos mas desejamos. Em que o tempo passa em câmara lenta, as palavras soam distorcidas, os gestos não saem como vimos no cinema. E a distância entre dois corpos se torna um abismo, o teu pára-quedas não tem um manual de instruções e tudo o que podes fazer é gritar BANZAIII!


De facto, o primeiro passo pode ser algo assustador. E é por isso que respeito tanto o sexo masculino (pelo menos neste aspecto :P). Porque a sociedade requer que sejam eles os homens na linha da frente, sejam eles os alvos mais fáceis a abater, vulneráveis a um redondo NÃO ou a algo bastante pior, envolvendo até violência física. Talvez por isso, os homens parecem cada vez mais recatados, mais ponderados, menos "corajosos" na hora do banzai. Assim, a mulher está cada vez mais obrigada a pegar na sua pistolinha e ir à guerra se quiser alguma coisa, ou pode ficar em casa à espera que o D. Juan lhe bata à porta vestido de carteiro, homem do gás ou pedinte para alguma associção de ex-toxicodependentes.
Mudaram as regras, desiquilibrou-se a balança. A mulher usa calças, masca tabaco e tem de estar pronta para o duelo, correndo o risco de deixar passar uma oportunidade de ouro. Só que, depois de séculos de quase passividade, em que nos bastava esperar que eles se atirassem e se estivessemos para aí viradas estávamos, agora vemo-nos forçadas a desempenhar um papel que nunca foi nosso e não sabemos as falas de cor.

Como já disse, restam-nos duas alternativas: ou saltamos, ou ficamos. Qualquer uma delas tem vantagens e desvantagens, nenhuma delas é definitiva e os resultados, bons ou maus, não serão nunca o fim do mundo. Pode ser embaraçoso levar um NÃO, pode ser um choque eléctrico no ego, uma descarga de porrada na nossa vaidade, uma bofetada no coração. Por outro lado, porque eu tento sempre ver o lado positivo, podemos rir e dizer "ahah era só a brincar! Achas MESMO que eu queria alguma coisa contigo?" (não me parece muito credível mas nunca se esqueçam do quão ingénuos os homens são às vezes e a experiência já lhe ensinou que as mulheres são seres demasiado voláteis e esquizofrénicos, sempre prontas a surpreendê-los com algo que parece saído do "Shining") ou podemos aceitar a nega com coragem e elegância (usem todos os olhares que viram no filme "Joana D'Arc" quando a acusam de ser bruxa!) ou, ainda, caso possuam o síndrome do bichinho da persistência, deixem passar um tempo, trabalhem a vossa sedução, e arrisquem novamente quando o terreno parecer mais seguro.
O benefício de ficarmos paradas é não ouvirmos nada, correndo o risco do nada ser pior que o não.
A sedução é, em muitos aspectos, uma guerra, e o nosso querido Sun Tzu já dizia:




"aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota;
para aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as chances para a vitória ou para a derrota serão iguais;
aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas."




Conheçam o vosso "inimigo", conheçam-se a vós mesmas, e, caso o Sun Tzu não vos valha de nada, não permitam senão um leve abanão na vossa auto-estima. Inimigos há muitos, e campos de batalha não faltarão. O que é uma pequena cicatriz senão uma lição para uma próxima batalha?
Parte de cada uma de nós a decisão de avançar. Em caso de dúvida ou persistência dos sintomas de passividade do macho, leiam o horóscopo ou façam pim-pam-pum. E se o inimigo certo quiser avançar, simplifiquem o processo, mostrem a bandeirinha branca e gritem banzai. ;)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Welcome to the jungle!

Nasci curiosa. Defeito de fabrico, uma peça mal encaixada que me obriga a procurar respostas e a fazer perguntas vezes demais para os ouvidos dos outros. Uma virtude que me força a descobrir e compreender e a ver mistérios num novelo desenrolado, numa pedra partida ao meio na calçada, numa gota de chuva mais fria que as outras.
Ser curiosa faz-me observar os outros. Não que eu fique de olhos esbugalhados a olhar para as pessoas, felizmente sei ser discreta e tiro os meus apontamentos mentalmente e com firmeza.
Assim, lançarei aqui mais uma das minhas conclusões cientificamente NÃO comprovadas:


Homem que é homem gosta de documentários da Vida Animal


E, de repente, as meninas dizem em coro: POIS É! E se alguém conhece algum espécime que contrarie esta minha teoria, por favor não hesitem em comentar este post e em identificar esse ser alienígena (prometo ser discreta ao estudá-lo).

A minha vida está cheia de rapazes, amigos de eleição. Para complexidade, basto-me eu e umas poucas amigas que não sou capaz de mandar à fava, muito obrigada. Sempre me senti tranquila no meio do sexo masculino, tão mais transparente e "fácil de entender". Só há uma altura em que não gosto da companhia masculina: quando o telecomando se torna posse de um membro do sexo oposto. Nas suas mãos, ele tem dois destinos quase certos: futebol (para eles, o gajo que se lembrou de criar a SportTv devia ser canonizado) ou documentários da vida animal.
O que é que se passa com os homens que dita esta irresistível atracção pela vida na selva?
Será que o futebol e os documentários zoológicos (que termo tão cientificamente apropriado!) são coisas assim tão distintas? Na verdade, caros leitores, tudo se resume ao mesmo objectivo:


A LEI DO MAIS FORTE


Na selva ou em campo, são uns atrás dos outros, numa cerrada competição pela sobrevivência e pela conquista do território inimigo. E nada garante mais adrenalina ao macho do que assistir a estes "shows" de testosterona, gritando por um dos lados, aplaudindo e recordando, intima e inconscientemente, o tempo em que deambulavam pelas cavernas em busca de uma companheira.
Atenção que eu também aprecio bastante o chamado "Desporto Rei", uso as minhas cores, grito pelos meus jogadores, faço figas antes dos lances de perigo. Mas se nos homens isso desperta os seus instintos conquistadores, talvez nas mulheres desperte o seu desejo de conquista, a alegria de recordar os tempos em que o seu macho, munido de uma moca, mandava para bem longe o mamute que queria destruir a decoração impecável da sua caverna "retro".
Tenho cá para mim que, dentro de cada homem, deve haver um pequeno Tarzan, expectante por enfrentar os perigos da Selva, desejoso por viajar entre lianas e bambus. E dentro de cada mulher, uma Jane que rejubila a cada acto heróico do seu mais que tudo.

Se bem que há Janes mais adaptadas à selva que outras, quem não arriscaria uma noite no meio dos macacos e hienas em nome do amor?... Ou talvez não. Talvez possamos viver essas noites mais primitivas deitadas num sofá, cobertas com uma mantinha, a lareira acesa de modo a recriar um ambiente selvagem (não há mais selvagem que a lareira!), enquanto o nosso Tarzan delira com o documentário sobre os Esquilos Assassinos e nós pensamos na cor do verniz que vamos usar.


É que no fundo, como diz um amigo meu, nós não passamos de animais. O problema é que nem sempre gostamos de o admitir.

Por isso, vá: conquista-me...

Quem é o maior sedutor?

O tímido que treme quando fala connosco, o confiante que nos sorri provocadoramente, o intelectual que nos conquista com palavras, o romântico que nos mostra o nascer do sol? Será o homem musculado que nos protege dos perigos ou o gordinho engraçado que nos faz rir?

Não será o maior sedutor a conjunção de todos estes? Alguém que nos surpreende com gestos diversos, que nos faz sonhar e voltar à realidade, que nos faz rir e chorar, que nos compreende mas que nos diz quando estamos erradas? Um homem que também sabe ser criança, que usa fato e chinelos, que fala e deixa falar?

Se há uma coisa que aprendi nestes meus 22 aninhos de vida foi que protótipos de homem ideal só servem para acender fogueiras. Na prática, esquecemos se é loiro ou moreno, esquecemos as medidas, esquecemos todas aquelas características perfeitas tantas vezes anunciadas em brindes turvos.

O que conta é o aqui e o agora. É uma coisa nova, um gesto que te deixa com "borboletas" no estômago, uma palavra que te tira a fala, um olhar de cortar o fôlego. Venha ele dum deus grego ou de um simples mortal. É alguém que perde a fala contigo e te faz sentir especial.


"O maior homem não é aquele que conquista muitas mulheres, mas o que conquista a mesma mulher muitas vezes", disse alguém. O que todas queremos, em última instância, é isso mesmo. Não são as prendas caras nem as promessas de uma vida inteira. Queremos o aqui e o agora, a sensação da conquista, o perdermos a cabeça por um alguém, todos os dias.

E se não resultar, curam-se as feridas, dá-se tempo ao tempo, e guarda-se para sempre aqueles momentos em que pensámos que o mundo se resumia a nós.

O mais triste não é perder alguém, é nunca ter tido ninguém. Aqueles que foram nossos um dia, serão eternamente nossos de alguma forma. Nem que seja nas fotografias enfiadas em alguma gaveta, nas cartas escondidas dentro de livros ou na recordação de um beijo rápido.
Por isso, vá: conquista-me.

domingo, 17 de junho de 2007

Novamente...(Quis, Quiseste, Quisemos)

Novamente tenho dúvidas, e quero respostas. Novamente penso em ti, como mais que um amigo...mas so quero de ti a tua amizade...só que ás vezes penso...Deixaste-me perdida no meio de nós...Deixaste-me sozinha e fugiste pra tão longe ou tão perto, que ja nao te consigo, nem quero agarrar!Perdeste o que gosto em ti, e ganhaste a tristeza k não conhecia...Mudaste as coisas boas, e pioraste as más....Querias tempo ou espaço, e dei-te isso tudo...querias respeito, e ainda te dei tanto....Quiseste muito e dei-te muito...Quiz pouco e não me deste nada...Será justo....Não!Juntos quisémos ser melhores pessoas...Separados quis ser melhor pessoa na mesma...e tu gostas de te manter assim!Eu sei que sou melhor pessoa quando respeito os outros, mas sei que sou pior pessoa quando aceito que os outros não me respeitem...Agora sou pior pessoa....Não me respeitas!Quiseste que sorrise para sempre...eu quis sorrir para sempre...mas não permitiste!Mataste o que me fazia sorrir! E mesmo assim achas que tens razão! Não vou esperar por ti, mas vou guardar tudo o que vivemos e tudo o que sorrimos, isso garanto!Um dia vamos poder ser cumplices, novamente!

quinta-feira, 31 de maio de 2007

GMDT*


Quem, da minha geração, não se lembra dos famosos inícios de conversas, no já quase extinto mIRC? Do "oi dd tc" passavam a "tens foto?" e, caso a resposta fosse negativa, era-nos pedido um retrato pormenorizado. Nunca a internet viu tanta gente bonita, como no tempo em que as palavras contavam para alguma coisa...

O msn, com um universo relativamente fechado de contactos, perdeu alguma da sua força enquanto potencializador de romance entre estranhos mas veio revolucionar as relações entre conhecidos. Protegidos pelos ecrãs do nosso computador, que não coram, não choram, não riem, tornávamo-nos super homens e mulheres, capazes de conquistar e ser conquistados à velocidade do nosso modem, insensíveis a uma nega ou a promessas de algo mais. E quando tudo parecia resolvido, chegou o HI5: o mais famoso cupido virtual, onde milhões e milhões de caras (e corpos) se misturam, como numa gigantesca base de dados por onde escolher o parceiro ideal. À distância de um clique, o amor. Nunca foi tão fácil encontrar a pessoa perfeita.... então, porque é que parece que, cada vez mais, as relações tendem a não durar?

Morreu o Don Juan, o romantismo, o namoro de janela e os sorrisinhos por detrás da mão. Acabaram-se os ramos de flores, em detrimento de postais electrónicos com passarinhos animados que dançam e cantam baladas de amor. E fica a sensação de que, por mais informação que possamos pôr sobre nós numa página de Hi5, nunca as pessoas se conheceram tão mal.

Porque, se calhar, há coisas que merecem olhos nos olhos. Se calhar o toque não pode ser substituído pelas teclas frias do portátil e os smiles nunca serão capazes de exprimir o mesmo que os nossos músculos quando se contraem.

Se calhar é tempo de sair à rua e encontrar alguém de verdade. Alguém que nos dê gelado à boca e nos ensine o nome das constelações. Constelações no céu, e não desenhadas num fundo negro do ecrã.

E, numa altura em que podemos falar com quem quisermos quando quisermos, a partir do nosso computador-caixa mágica, parece-me que o homem nunca esteve tão sozinho e o amor nunca foi tão vazio...


*legenda do título: Gosto Muito De Ti

sexta-feira, 25 de maio de 2007

A minha selecção!

Agora sim, podem esfregar as mãos todos aqueles machinhos que, desde o início deste projecto, o conotaram como uma cena de miúdas, acusando-nos variadíssimas vezes de femininismo (claro, há verdades que custa admitir, não é?!).
Hoje sim, vou dar-vos de bandeja algo realmente girly: a MINHA selecção de homens célebres! Sim, escolhi-os a dedo, seja pelo físico, carisma, voz, presença, carreira ou sentido de estilo. E antes que me acusem de estupidez futebolística, explico desde já que, invés de 11 seleccionados, encontram-se 12 porque, confesso, fui fraca, não podia deixar ninguém de fora, e um suplente faz sempre um jeitão tremendo.
Sem mais demoras... aqui estão os MEUS 12 magníficos:

Tupac Amaru Shakur... que há para dizer? Mais do que um rapper, é uma lenda! Irreverente, destemido e fiél à sua mensagem! Acima de qualquer atracção, este homem tem o meu respeito!
Fabio Cannavaro... um belíssimo jogador italiano, no qual nunca tinha reparado mas, agora que o fiz, gosto do que vejo... gosto mesmo muito!

George Clooney... sim, tem idade para ser meu pai, mas admitam lá: é ou não um cota charmoso à brava?! Admiro a sua carreira, o facto de ter um porco como animal de estimação (que morreu recentemente... os meus mais sinceros sentimentos!) e de preferir a calma da sua villa em Itália, do que o glamour de LA, por exemplo. Quando uma mulher se casa tem sempre a esperança que, daí a muitos anos, o seu marido seja algo parecido com um homem destes. LOL... é MESMO verdade!

Jenson Button... piloto de Fórmula 1 da Honda... Giro, o moço, não é? A Honda tem destas coisas: bons carros e, pelos vistos, bons pilotos!

Manuele Blasi... outro jogador italiano igualmente belo! Que dizer? As italianas devem ser mesmo mulheres de sorte!

Matt Pokora... um cantor de R&B francês que, pelo que sei, faz furor por aquelas terras! Será das músicas? Ou daquela carinha de bébé que parece que não faz mal a uma mosca? Tenho a admitir que o seu estilo nem sempre é o melhor - demasiados acessórios que o tornam um bocadinho bimbo - mas, de resto, as imagens falam por si!

Pierce Brosnan... outro cinquentão charmoso a valer! Desde muito nova que o admiro. Talvez seja aquele seu jeito brittish, o seu requinte, a sua elegância, o seu charme... seja o for, it works for me!

Reynaldo Gianecchini... actor brasileiro... puro pedaço de mau caminho! Não consigo dizer mais nada senão: PUXA O LENÇOL! lololol (se não fosse 100% sincera não poderia viver mais comigo mesma).

Vin Diesel... actor americano que encontrou a fama nos filmes Velocidade Furiosa e XXX. Apesar dos músculos não serem o meu forte, este senhor tem algo de muito cativante, já para não falar da voz que é simplesmente de cortar a respiração! Mas claro que o físico, a sua postura de bad boy e as tatuagens lhe dão um ar... apetecível!

Wenthworth Miller... o famoso protagonista da série de televisão Prision Break! Se noutros casos não sei ao certo o que me fascina, nele eu sei exactamente o que é: o olhar!


DMX ... bem ao estilo de 2Pac e Vin Diesel, este rapper americano prende-me a atenção, não só pela postura dspreocupada que assume na vida, como pela sua voz rouca, sexy e agressiva! Impossível não me fascinar por alguém que, ora mostra o seu lado mais rebelde, ora o seu lado mais sensível.


Channing Tatum... actor americano protagonista no filme Step Up. Além de jovem, bonito e bem constituído, é também um excelente bailarino e, só por isso, merece estar na minha selecção!


Interessante? Fútil? Talvez... Mas o que importa?! Senti-me na obrigação de partilhar isto convosco porque, para ser sincera, até eu me sinto muitas vezes com problemas em destacar alguém famoso que ilustre os meus gostos. Com este post sei que, da próxima vez, já terei, pelo menos, 12 nomes na ponta da língua.
Sinto-me ainda com o dever moral de vos alertar que, sem sombra de dúvida, a beleza das pessoas não está no exterior e que, muitas e muitas vezes, podemos ser traídos pelos nossos olhos, pois nem todas as caras bonitas escondem corações igualmente bonitos.
Sem mais nada a acrescentar... APRECIEM!

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Só gosto de ti, e de ti, e de ti... vá e de ti também!




Ele tem uma mulher, uma namorada e uma amante... até agora, tudo bem, nada de extraordinário nos tempos que correm. (caro leitor, caso esteja a espumar da boca num gesto de pura indignação veja a nota no fim do texto. Obrigada)


Surpreendeu-me, porém, o facto de estar metido com as 3 na cama ao mesmo tempo. Isso, as 3. Sim, ao mesmo tempo. Aventura? Prenda de anos? Último desejo concedido a um homem moribundo? Nada disso! Este senhor vive com as suas TRÊS mulheres, numa tranquila casinha dos EUA. É aquilo a que nós chamamos polígamo. Cheio de amor para dar, o seu coração não fica preenchido com uma só mulher: "há espaço para muitas, babyyy!". Ora, nisto eu sou muito liberal: se ele está bem, se elas estão bem, se todos são felizes assim, conscientes da existência de todas as partes envolvidas, então... eu estou bem com isso! Desenhem um smile na camisola e vamos comer um churrasco à good old american way! Os poliamorosos tiveram maior destaque na época dos hippies, do amor livre, em que umas drogas para a carola faziam milagres e de repente amava-se o mundo inteiro, mesmo quando minutos atrás se protestava contra ele. Tempo do surgimento do LSD, em que esses mesmos hippies serviram de cobaias para experiências e... bom, estou a desviar-me do tema!


O importante aqui é reflectir sobre o papel de cada indivíduo, como singular, numa relação que, me parece, implica esquecer em grande parte o individual e sacrificar em nome do conjunto. Porque se o senhor fica todo contente de cada vez que muda de cama (hummm o pior é que descobri que a cama é a mesma para todas! Momento bastante traumatizante, em que uma delas diz: Está uma coisa nojenta na cama! ao que ele responde: Não faz mal!), não me pareceu que elas ficassem assim tão animadas por terem de dividir o companheiro entre elas, com direito a dias marcados em calendários espetados no frigorífico!


Uma delas, confessava o seu ciúme ao jornalista, e justificava a sua escolha por nunca ter encontrado alguém que a tivesse tratado tão bem como ele!




Sim, leram bem.




Imagino o quão traumatizada deve ter ficado para, sem qualquer predisposição para relações deste género, e ainda por cima com o monstrinho verde a corroê-la por dentro, aceitar dividir assim o namorado! E queria dizer-lhe: seres bem tratada não é um privilégio, é um direito! O facto de ele te tratar bem não faz com que ele possa ter mais mulheres! E podes encontrar alguém que te trate tão bem ou melhor que ele, sem que o tenhas de partilhar! Podes ter alguém só para ti!


Não se pense, porém, que só os homens se dividem entre várias parceiras. Uma british lady posava para a câmera com os seus dois maridos(?), namorados (?), amantes (?)... bom, com dois homens que vivem com ela.




E eu penso que se alguém pode ser verdadeiramente feliz assim, então é porque já chegou a um estado de maturidade brutalmente elevado. Em que o ciúme não existe. Em que o amor não é exclusivo. Em que ver o nosso companheiro feliz com outra nos faz feliz por extensão.


E tenho a certeza de que sou MUITO imatura nestas coisas... Porque eu parto, eu grito e rasgo. Eu choro, eu juro e cumpro... Ui, é só aquele mau feitio...
Nota: Este texto refere-se ao caso específico de poligamia por mim observado esta manhã, num documentário do canal Odisseia, enquanto tomava o pequeno-almoço. Não venham queimar bandeiras anti-feminismo ou anti-monogamia em frente à minha casa por favor. Além disso, seria uma perda de tempo, visto que tenho os estores corridos. Obrigada, sejam felizes :D Baci e abracci per tutti!
PS - aceitam-se, porém, todos os comentários que respeitem as liberdades dos outros, visto que vivemos em democracia e num país com liberdade de pensamento e expressão consagrada na constituição.
*****

Tenho um caniche!



Sabem como é quando saem do cabeleireiro com um penteado novo que, por milagre, não vos fez jurar nunca mais lá voltar? É um daqueles raros momentos em que não pensamos "Mas que merda é esta?!" e em que queremos andar a pé para todo o mundo poder admirar a nossa nova pelugem capilar...
Mas e quando chega a hora de o lavar pela primeira vez? De repente, eis que o cabelo se descontrola, pontas atiçam-se em todas as direcções, a escova começa a parecer minúscula ao pé da juba e então sim, gritam: MAS QUE MERDA É ESTA?!

SOS mundo, estou num momento desses! O meu lindo cabelo longo foi substituído por um penteado à lá caniche e eu só quero um gorro bonito para o esconder!
"Respira, respira... o cabelo cresce, nada de dramas...! SIM, E ATÉ LÁ? "Pões uns ganchinhos, umas fitinhas..." ARRRRGH (diálogo travado entre mim e o espelho)
Volto a lavar o cabelo, a penteá-lo, a prendê-lo com ganchos e ganchinhos. Encho-o com quilos de espuma na esperança de domar a juba há muito adormecida pelo peso dos meus velhos cabelos compridos.
"Há pessoas que nem sequer têm cabelo!", um argumento estúpido, mesmo vindo de um espelho... Tento concentrar-me nas velhinhas carecas mas de repente lembro-me que não conheço nenhuma velhinha careca. Lembro-me daquele árbitro que não tem pêlos e vejo se me consigo sentir melhor (é horrível, eu sei, tentar sentir-me melhor com o sofrimento dos outros, mas neste momento não estou em mim, caramba!) Sei que tenho uma afro que usei no carnaval, mas acho que, mesmo assim, o caniche é menos medonho visto de longe...

É inútil! Dedico-me a criar uma lista de aspectos positivos:

  • menos calor no verão

  • menos trabalho a pentear

  • menos.....

pronto, é curta mas existe, e já se sabe que isso do tamanho não interessa para nada!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Às vezes é preciso deixar...

Não faço ideia se se trata dum problema de ambos os sexos, ou simplesmente de quem gosta. Certo é que as mulheres sofrem disso: da incapacidade de chegarem à conclusão que já chega!

Relações são levadas até extremos, embrenhadas em discussões e faltas de respeito, só porque, quando se ama, é difícil ver o que está mesmo à nossa frente, muitas vezes há já muito tempo.

Porquê lutar tão desesperadamente por um futuro que não tem passado que o justifique? Porquê querer um amanhã se nem sequer houve um hoje? Porquê querer mudar alguém que nem nunca tentou mudar por nós? Porque nos deixamos cegar e falhamos todos os sinais que estão sempre a berrar à nossa volta?

As mentiras, as coincidências mal explicadas, as traições, os esquecimentos, a frieza, a falta de interesse, a ausência de tema, a inércia de planos... tudo isso funciona como altifalante para os nossos sentimentos... pena é que estes sejam surdos que nem uma porta.

Assusta pensar que nos podemos entregar, sem reservas, a algo tão denso e doentio, só porque queremos uma vida cor-de-rosa com alguém... mesmo que não haja nada de cor-de-rosa no passado da relação que sirva de alimento a essas esperanças.



Acredito cegamente que toda a gente, sem excepção, tem a força interior e a capacidade de um dia, demore o tempo que demorar, seja necessário bater com a cabeça as vezes que for, de abrir os olhos, de sentir o clique, de ouvir a voz: "já chega, não dá mais"!

Ninguém gosta de perder, mas penso que desistir seja ainda mais frustrante. Mas na verdade, não se trata, nem duma derrota, nem duma desistência, mas sim da percepção que de facto não dá, que é preciso largar o sonho (ou pesadelo).

Quando percebermos isso, que é impossível lutar por alguém que, para ser sincera, nunca esteve lá, vamos finalmente compreender que o mundo não pára por isso, que aquela pessoa pode não fascinar-se por nós, mas que outras pessoas o fazem e, só por isso, já somos importantes.

Não podemos esperar que aquela pessoa goste de nós se essa for a condição única para gostarmos de nós mesmos. Aquela pessoa pode não admirar-nos, mas muitas outras o fazem. Porque não sentirmo-nos bem com isso? Porque não ver as coisas por outro prisma? O prisma que nos diz que somos boas pessoas, bonitas (por dentro e por fora), cativantes, inteligentes e interessantes.

Não se estima eternamente quem não nos valoriza. Não se pode dar a mão a quem nunca esteve lá para nós. Não podemos esquecer os nossos problemas e objectivos para viver os de outra pessoa. Não podemos fazer planos para quem não nos inclui no seu futuro. Não podemos pensar em quem nunca se lembra de nós. Tudo isto, muito lentamente, leva-nos a perder o nosso carácter e a questionar-nos sobre quem somos afinal.


Sei que, no dia que largarmos os sonhos inconcretizáveis.... (reformulando)... Sei que, no dia que formos capazes de aceitar que afinal não era um sonho, porque os sonhos são bons e fazem-nos sentir bem, seremos capazes de vermos a beleza nas coisas, e de nos aceitarmos como belos para quem nos estima.




Homens ou Mulheres? Qual o nosso verdadeiro inimigo?

Dá que pensar!

Esta minha opinião pode ser algo rebuscada, eu admito, mas baseia-se única e exclusivamente na minha experiência de vida e, como tal, é totalmente falível.

A minha atribulada vida de quase 22 anos (lol) mostrou-me (talvez infelizmente) que os piores inimigos das mulheres são exactamente as outras mulheres! É triste, mas é a realidade.


Nisso tenho de dar a mão à palmatória: somos mesmos estúpidas! Ao invés de nos unirmos (visto que sofremos todas dos mesmos males), tal como os machos fazem, NÃO! Preferimos a disputa acesa e constante que acaba por dar espaço aos homens para as mais variadas manobras de safadice.

A grande diferença, nesta questão, entre os sexos é que os homens encobrem-se, aceitam os defeitos uns dos outros (afinal trata-se dum mal de que todos padecem!), e abafam os segredos não permitindo qualquer tipo de fuga de informação. Eles não se julgam, não se criticam, não viram costas e comentam a meio mundo. [Nota: todas as regras têm excepções. Também existem homens cuscos e venenosos, assim como alguns grupos masculinos onde a intriga reina!]

Já nós, mulheres, sabemos dos segredos, nomeadamente aqueles mais pôdres, e à mínima hipótese toca a falar mal, a criar boatos, e mesmo a usar essas informações para usufruto da nossa malícia ou interesse.

E o problema é que nós somos sempre mais perigosas que os homens porque, a nossa capacidade manipulativa, pode ser algo tão poderoso ao ponto de ser considerado perigo público. Mais uma vez, invés de usarmos a nossa creatividade esquemática para nos salvaguardarmos de muitos bois que por aí pastam, não, achamos mais giro andar por aí a cuspir veneno na cara umas das outras (se bem que até costuma ser mais nas costas!).

Os homens nisso são, como quase em tudo o resto, mais básicos. São frontais, usam poucas palavras e, visto que quase todos têm culpas no cartório, para quê desenterrar certos assuntos, certo? Só que neste assunto, esse minimalismo de carácter, é benéfico.

Nós embirramos com tudo. Admitam lá: é ou não é daquela rapariga que mais chama a atenção que menos gostamos? É ou não é daquela mulher que mais nos faz frente (seja na roupa, no cabelo, nos sapatos, na forma de falar, na disputa pela atenção num grupo...) que mais detestamos? E, para tão bem manifestar isso, vem logo aquela típica, e quase ancestral, frase: "Não fui nada com a cara dela!".

LOLOL... isto é lindo porque, à medida que partilho isto convosco, revejo-me em inúmeras situações idênticas e tenho a admitir que, algumas vezes, não tive razão para tal, e corri mesmo o risco de deixar pessoas fantásticas passarem-me ao lado.

Apesar de ser mulher, e de ter esperança que as coisas um dia mudem, tenho a dar-vos o meu conselho: entre um homem e uma mulher, desconfiem igualmente dos dois, mas nunca baixem a guarda perante o vosso semelhante. Uma mulher consegue sempre ser mais falsa, vingativa, destruidora e manipulativa quando quer realmente algo.

A minha conclusão é simples: temos de mudar e tem de começar dentro de cada uma de nós, nos nossos comportamentos e ideias. É preciso deixar um bocado para trás os preconceitos, a hipócrisia, o falso moralismo, a inveja, a atitude defensiva sempre que estamos na presença de alguém que, de alguma forma, compete connosco.

Nem todas as mulheres querem ser melhores que nós e cada qual tem de se valorizar pelo que é; temos de tentar ser o melhor que podemos, e não o melhor que as outras são. Roupas mais caras, postura mais vaquinha e tagarelice no auge não é sinónimo de qualidade. Nem toda a gente quer roubar o nosso homem nem fazer-se a todos os nossos amigos. É preciso separar as águas.

Um pouco ao estilo de "juntas controlaremos o mundo", é de facto necessário reunir tropas, identificar aliadas (afinal de contas nunca sabemos quando estamos a perder a chance de ter uma nova boa amiga) e definir estratégias. Estas manipulações destrutivas no nosso mundo fashion permite a uma parte considerável dos homens aproveitar-se das nossas fraquezas, e arrisco mesmo dizer, usando-nos umas contra as outras.

Deste modo, nada mais tenho a dizer senão:

Sozinhas somos fortes. Unidas somos imbatíveis!!!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Ataques primaveris



Será o sarapintado das flores nos campos? O chilrear dos pássaros nas árvores? O pólen que tal poção mágica se espalha pelo ar e nos adoça os sentidos?



O mistério da primavera ainda está por explicar (pelo menos, a mim nunca niguém mo explicou), mas a verdade é que as coisas mudam quando chegamos a esta época. Coraçõezinhos nos olhos, algo palpita mais forte dentro de nós, emoções à flor da pele... Nos chamados animais irracionais, é a época privilegiada da procriação. O meu lado de menina grita-me que é a época de amor animal: nem mesmo os bichinhos conseguem resistir ao apelo de Vénus, e por momentos estão mais próximos do homem, quando o girafo se apaixona pela girafa e vice-versa. Os seus pescoços elegantes agitando-se, enquanto correm, de patas abertas, um para o outro (em câmera lenta e com uma balada qualquer como pano de fundo), terminando num longo pescaço (abraço de pescoços).


Curiosamente, a primavera parece trazer ao de cima o lado mais sensível do homem. Somos insensíveis porque não lhes dizemos como estão bonitos, porque não nos rimos de uma piada ou até porque nos rimos demais. Somos frias quando não nos comovemos com a história de uma cadela que teve 13 cachorrinhos ou quando não queremos traficar passarinhos (lol).

Nos últimos tempos tenho-me sentido masculina. Não deixei crescer os pêlos das pernas nem aderi à Sport Tv 24h por dia, mas tanta conversa sobre insensibilidade fez-me pensar em como somos chatas. Em como às vezes não repararem no nosso corte de cabelo não quer dizer nada. Em como fazer um drama porque não nos responderam a uma mensagem é algo assustador. Em como exigir que nos ouçam sempre com toda a atenção do mundo quando falamos duma camisola super gira que vimos numa loja é uma missão condenada ao fracasso ou condenar o respectivo a uma depressão.

Nunca compreendi tão bem os homens como esta primavera! Amigos, digo-vos honestamente que por momentos cheguei a ter pena de vocês: bolas, que coragem!



Esta primavera já deu o que tinha a dar. Venha o Verão! Estação da roupa justa, da pouca roupa, do calor, dos olhares e dos sorrisos. Estação das noites quentes, das noites longas, dos dias na praia de papo para o ar. É que Verão rima com Paixão....



terça-feira, 15 de maio de 2007

National Geographic apresenta... Joaquim, o homem-porco!

Leve e alegre, lá vai ela, a bolsinha a abanar no braço enquanto saltita pelo passeio que a leva até casa. Depois dos transportes públicos, das horas de trabalho, das bolhas nos pés de tanto andar, sente-se feliz por mais um dia de missão cumprida e acha que merece uma medalha.

"OH BIFANA DEIXA-ME SER O TEU PÃO!"
Ela pára assustada. Um homem sem dentes, palitinho na boca, a camisa aberta com o pêlo do peito bem encaracolado a espreitar cá para fora, o fio de ouro a decorar o decote arrojado, a pança de cerveja a ameaçar levar à morte um botão. EHEHEH faz ele da janela da carrinha que, entretanto, já o levou para longe.
E ela pensa: será que o homem acredita mesmo que uma frase daquelas poderá, alguma vez na vida, em algum cantinho do Universo, trazer-lhe uma mulher?!
Nestas situações, apetecia-me ser um homem, mas um barrasco mesmo. Trazer uma imperial fresquinha do balcão, sentar-me de pernas abertas na mesa dele, e ensinar-lhe umas coisinhas enquanto coço o ouvido com o mindinho. Explicar ao Joaquim que elas não gostam de ser chamadas de febras, nem bifanas, nem asinhas de frango. Não, elas não gostam do assobio, do buzinar do camião que as faz saltar do passeio, do boooooooooa com perdigotos. Joaquim, elas nem sequer gostam quando fazes os músculos das maminhas saltarem!
O Joaquim pode ser alto, baixo, gordo, magro, velho, novo, branco, preto, azul, amarelo, coxo, e pode nem se chamar Joaquim, mas que eles andam aí, andam! E são os Joaquins que levam à ruína muitos dos outros que, sem serem Joaquins, tentam abordar mulheres e levam os olhares mortíferos de desprezo ("aqueles" olhares, frios, gélidos, que deixam qualquer homem a sentir-se miserável) por parte do sexo feminino.
Acredito que, para muitos Joaquins, haja Joaquinas prontas a fazer de febra. Mas arriscaria dizer que, a maioria, preferia algo mais subtil, mais... educado!
Donde vem esta necessidade ridícula e compulsiva do Joaquim?
Antes de mais, reparemos: o Joaquim anda, quase sempre, em grupo. Raramente o Joaquim adopta essa postura quando está sozinho. É quando está em grupo, com os seus semelhantes, que o Joaquim sente que tem de se manifestar. Tal dança tribal ou ritual de acasalamento, grita umas coisas, faz uns gestos, dá nas vistas. Sozinho, porém, o Joaquim costuma ser tão dócil como uma ovelhinha, e até é capaz de baixar a cabeça quando passamos por ele.
Segunda nota: o Joaquim só costuma surgir quando percebe que tem tempo para se afastar. Seja de carro, de mota, ou de triciclo, o Joaquim procura situações em que não tenha de ser confrontado com a "febra" que, muito provavelmente, o fará perceber como é ridículo.
Terceira nota: o Joaquim fala muito e faz pouco. Geralmente, se confrontado com acção, tem sempre uma desculpa gaguejada para voltar atrás.
O comportamento do Joaquim tem muito mais que se lhe diga. É só olharem à vossa volta: ele não passa despercebido!
Mas quanto não teria a ganhar o Joaquim se se tornasse Juan?...