segunda-feira, 18 de junho de 2007

Welcome to the jungle!

Nasci curiosa. Defeito de fabrico, uma peça mal encaixada que me obriga a procurar respostas e a fazer perguntas vezes demais para os ouvidos dos outros. Uma virtude que me força a descobrir e compreender e a ver mistérios num novelo desenrolado, numa pedra partida ao meio na calçada, numa gota de chuva mais fria que as outras.
Ser curiosa faz-me observar os outros. Não que eu fique de olhos esbugalhados a olhar para as pessoas, felizmente sei ser discreta e tiro os meus apontamentos mentalmente e com firmeza.
Assim, lançarei aqui mais uma das minhas conclusões cientificamente NÃO comprovadas:


Homem que é homem gosta de documentários da Vida Animal


E, de repente, as meninas dizem em coro: POIS É! E se alguém conhece algum espécime que contrarie esta minha teoria, por favor não hesitem em comentar este post e em identificar esse ser alienígena (prometo ser discreta ao estudá-lo).

A minha vida está cheia de rapazes, amigos de eleição. Para complexidade, basto-me eu e umas poucas amigas que não sou capaz de mandar à fava, muito obrigada. Sempre me senti tranquila no meio do sexo masculino, tão mais transparente e "fácil de entender". Só há uma altura em que não gosto da companhia masculina: quando o telecomando se torna posse de um membro do sexo oposto. Nas suas mãos, ele tem dois destinos quase certos: futebol (para eles, o gajo que se lembrou de criar a SportTv devia ser canonizado) ou documentários da vida animal.
O que é que se passa com os homens que dita esta irresistível atracção pela vida na selva?
Será que o futebol e os documentários zoológicos (que termo tão cientificamente apropriado!) são coisas assim tão distintas? Na verdade, caros leitores, tudo se resume ao mesmo objectivo:


A LEI DO MAIS FORTE


Na selva ou em campo, são uns atrás dos outros, numa cerrada competição pela sobrevivência e pela conquista do território inimigo. E nada garante mais adrenalina ao macho do que assistir a estes "shows" de testosterona, gritando por um dos lados, aplaudindo e recordando, intima e inconscientemente, o tempo em que deambulavam pelas cavernas em busca de uma companheira.
Atenção que eu também aprecio bastante o chamado "Desporto Rei", uso as minhas cores, grito pelos meus jogadores, faço figas antes dos lances de perigo. Mas se nos homens isso desperta os seus instintos conquistadores, talvez nas mulheres desperte o seu desejo de conquista, a alegria de recordar os tempos em que o seu macho, munido de uma moca, mandava para bem longe o mamute que queria destruir a decoração impecável da sua caverna "retro".
Tenho cá para mim que, dentro de cada homem, deve haver um pequeno Tarzan, expectante por enfrentar os perigos da Selva, desejoso por viajar entre lianas e bambus. E dentro de cada mulher, uma Jane que rejubila a cada acto heróico do seu mais que tudo.

Se bem que há Janes mais adaptadas à selva que outras, quem não arriscaria uma noite no meio dos macacos e hienas em nome do amor?... Ou talvez não. Talvez possamos viver essas noites mais primitivas deitadas num sofá, cobertas com uma mantinha, a lareira acesa de modo a recriar um ambiente selvagem (não há mais selvagem que a lareira!), enquanto o nosso Tarzan delira com o documentário sobre os Esquilos Assassinos e nós pensamos na cor do verniz que vamos usar.


É que no fundo, como diz um amigo meu, nós não passamos de animais. O problema é que nem sempre gostamos de o admitir.

2 comentários:

Anónimo disse...

E é essa curiosidade que faz com que sejamos menos animais, apesar de sermos elementares, e de por vezes privilegiarmos os instintos básicos... há em nós uma instância superior que questiona, e que visa o aperfeiçoamento da dimensão anímica...

Anónimo disse...

eu nao acho muita piada a esses documentarios, lamento.. mas ainda tou na fase de decisao da minha sexualidade.. se calhar é por isso LOOOL