domingo, 24 de junho de 2007

BANZAIII



Os tambores rufam, as mãos suam, o coração bate descompassadamente. Prendes a fita de Rambo na testa, cospes nas mãos e fazes figas, gritas um grito de guerra para ti mesma e avanças.


O primeiro passo.


Aquele em que é o tudo ou nada, em que ele sorri ou se assusta, em que ganhas ou perdes. Aquele que planeamos ou em que simplesmente nos atiramos, que arriscamos ou adiamos, que receamos mas desejamos. Em que o tempo passa em câmara lenta, as palavras soam distorcidas, os gestos não saem como vimos no cinema. E a distância entre dois corpos se torna um abismo, o teu pára-quedas não tem um manual de instruções e tudo o que podes fazer é gritar BANZAIII!


De facto, o primeiro passo pode ser algo assustador. E é por isso que respeito tanto o sexo masculino (pelo menos neste aspecto :P). Porque a sociedade requer que sejam eles os homens na linha da frente, sejam eles os alvos mais fáceis a abater, vulneráveis a um redondo NÃO ou a algo bastante pior, envolvendo até violência física. Talvez por isso, os homens parecem cada vez mais recatados, mais ponderados, menos "corajosos" na hora do banzai. Assim, a mulher está cada vez mais obrigada a pegar na sua pistolinha e ir à guerra se quiser alguma coisa, ou pode ficar em casa à espera que o D. Juan lhe bata à porta vestido de carteiro, homem do gás ou pedinte para alguma associção de ex-toxicodependentes.
Mudaram as regras, desiquilibrou-se a balança. A mulher usa calças, masca tabaco e tem de estar pronta para o duelo, correndo o risco de deixar passar uma oportunidade de ouro. Só que, depois de séculos de quase passividade, em que nos bastava esperar que eles se atirassem e se estivessemos para aí viradas estávamos, agora vemo-nos forçadas a desempenhar um papel que nunca foi nosso e não sabemos as falas de cor.

Como já disse, restam-nos duas alternativas: ou saltamos, ou ficamos. Qualquer uma delas tem vantagens e desvantagens, nenhuma delas é definitiva e os resultados, bons ou maus, não serão nunca o fim do mundo. Pode ser embaraçoso levar um NÃO, pode ser um choque eléctrico no ego, uma descarga de porrada na nossa vaidade, uma bofetada no coração. Por outro lado, porque eu tento sempre ver o lado positivo, podemos rir e dizer "ahah era só a brincar! Achas MESMO que eu queria alguma coisa contigo?" (não me parece muito credível mas nunca se esqueçam do quão ingénuos os homens são às vezes e a experiência já lhe ensinou que as mulheres são seres demasiado voláteis e esquizofrénicos, sempre prontas a surpreendê-los com algo que parece saído do "Shining") ou podemos aceitar a nega com coragem e elegância (usem todos os olhares que viram no filme "Joana D'Arc" quando a acusam de ser bruxa!) ou, ainda, caso possuam o síndrome do bichinho da persistência, deixem passar um tempo, trabalhem a vossa sedução, e arrisquem novamente quando o terreno parecer mais seguro.
O benefício de ficarmos paradas é não ouvirmos nada, correndo o risco do nada ser pior que o não.
A sedução é, em muitos aspectos, uma guerra, e o nosso querido Sun Tzu já dizia:




"aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota;
para aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as chances para a vitória ou para a derrota serão iguais;
aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas."




Conheçam o vosso "inimigo", conheçam-se a vós mesmas, e, caso o Sun Tzu não vos valha de nada, não permitam senão um leve abanão na vossa auto-estima. Inimigos há muitos, e campos de batalha não faltarão. O que é uma pequena cicatriz senão uma lição para uma próxima batalha?
Parte de cada uma de nós a decisão de avançar. Em caso de dúvida ou persistência dos sintomas de passividade do macho, leiam o horóscopo ou façam pim-pam-pum. E se o inimigo certo quiser avançar, simplifiquem o processo, mostrem a bandeirinha branca e gritem banzai. ;)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Welcome to the jungle!

Nasci curiosa. Defeito de fabrico, uma peça mal encaixada que me obriga a procurar respostas e a fazer perguntas vezes demais para os ouvidos dos outros. Uma virtude que me força a descobrir e compreender e a ver mistérios num novelo desenrolado, numa pedra partida ao meio na calçada, numa gota de chuva mais fria que as outras.
Ser curiosa faz-me observar os outros. Não que eu fique de olhos esbugalhados a olhar para as pessoas, felizmente sei ser discreta e tiro os meus apontamentos mentalmente e com firmeza.
Assim, lançarei aqui mais uma das minhas conclusões cientificamente NÃO comprovadas:


Homem que é homem gosta de documentários da Vida Animal


E, de repente, as meninas dizem em coro: POIS É! E se alguém conhece algum espécime que contrarie esta minha teoria, por favor não hesitem em comentar este post e em identificar esse ser alienígena (prometo ser discreta ao estudá-lo).

A minha vida está cheia de rapazes, amigos de eleição. Para complexidade, basto-me eu e umas poucas amigas que não sou capaz de mandar à fava, muito obrigada. Sempre me senti tranquila no meio do sexo masculino, tão mais transparente e "fácil de entender". Só há uma altura em que não gosto da companhia masculina: quando o telecomando se torna posse de um membro do sexo oposto. Nas suas mãos, ele tem dois destinos quase certos: futebol (para eles, o gajo que se lembrou de criar a SportTv devia ser canonizado) ou documentários da vida animal.
O que é que se passa com os homens que dita esta irresistível atracção pela vida na selva?
Será que o futebol e os documentários zoológicos (que termo tão cientificamente apropriado!) são coisas assim tão distintas? Na verdade, caros leitores, tudo se resume ao mesmo objectivo:


A LEI DO MAIS FORTE


Na selva ou em campo, são uns atrás dos outros, numa cerrada competição pela sobrevivência e pela conquista do território inimigo. E nada garante mais adrenalina ao macho do que assistir a estes "shows" de testosterona, gritando por um dos lados, aplaudindo e recordando, intima e inconscientemente, o tempo em que deambulavam pelas cavernas em busca de uma companheira.
Atenção que eu também aprecio bastante o chamado "Desporto Rei", uso as minhas cores, grito pelos meus jogadores, faço figas antes dos lances de perigo. Mas se nos homens isso desperta os seus instintos conquistadores, talvez nas mulheres desperte o seu desejo de conquista, a alegria de recordar os tempos em que o seu macho, munido de uma moca, mandava para bem longe o mamute que queria destruir a decoração impecável da sua caverna "retro".
Tenho cá para mim que, dentro de cada homem, deve haver um pequeno Tarzan, expectante por enfrentar os perigos da Selva, desejoso por viajar entre lianas e bambus. E dentro de cada mulher, uma Jane que rejubila a cada acto heróico do seu mais que tudo.

Se bem que há Janes mais adaptadas à selva que outras, quem não arriscaria uma noite no meio dos macacos e hienas em nome do amor?... Ou talvez não. Talvez possamos viver essas noites mais primitivas deitadas num sofá, cobertas com uma mantinha, a lareira acesa de modo a recriar um ambiente selvagem (não há mais selvagem que a lareira!), enquanto o nosso Tarzan delira com o documentário sobre os Esquilos Assassinos e nós pensamos na cor do verniz que vamos usar.


É que no fundo, como diz um amigo meu, nós não passamos de animais. O problema é que nem sempre gostamos de o admitir.

Por isso, vá: conquista-me...

Quem é o maior sedutor?

O tímido que treme quando fala connosco, o confiante que nos sorri provocadoramente, o intelectual que nos conquista com palavras, o romântico que nos mostra o nascer do sol? Será o homem musculado que nos protege dos perigos ou o gordinho engraçado que nos faz rir?

Não será o maior sedutor a conjunção de todos estes? Alguém que nos surpreende com gestos diversos, que nos faz sonhar e voltar à realidade, que nos faz rir e chorar, que nos compreende mas que nos diz quando estamos erradas? Um homem que também sabe ser criança, que usa fato e chinelos, que fala e deixa falar?

Se há uma coisa que aprendi nestes meus 22 aninhos de vida foi que protótipos de homem ideal só servem para acender fogueiras. Na prática, esquecemos se é loiro ou moreno, esquecemos as medidas, esquecemos todas aquelas características perfeitas tantas vezes anunciadas em brindes turvos.

O que conta é o aqui e o agora. É uma coisa nova, um gesto que te deixa com "borboletas" no estômago, uma palavra que te tira a fala, um olhar de cortar o fôlego. Venha ele dum deus grego ou de um simples mortal. É alguém que perde a fala contigo e te faz sentir especial.


"O maior homem não é aquele que conquista muitas mulheres, mas o que conquista a mesma mulher muitas vezes", disse alguém. O que todas queremos, em última instância, é isso mesmo. Não são as prendas caras nem as promessas de uma vida inteira. Queremos o aqui e o agora, a sensação da conquista, o perdermos a cabeça por um alguém, todos os dias.

E se não resultar, curam-se as feridas, dá-se tempo ao tempo, e guarda-se para sempre aqueles momentos em que pensámos que o mundo se resumia a nós.

O mais triste não é perder alguém, é nunca ter tido ninguém. Aqueles que foram nossos um dia, serão eternamente nossos de alguma forma. Nem que seja nas fotografias enfiadas em alguma gaveta, nas cartas escondidas dentro de livros ou na recordação de um beijo rápido.
Por isso, vá: conquista-me.

domingo, 17 de junho de 2007

Novamente...(Quis, Quiseste, Quisemos)

Novamente tenho dúvidas, e quero respostas. Novamente penso em ti, como mais que um amigo...mas so quero de ti a tua amizade...só que ás vezes penso...Deixaste-me perdida no meio de nós...Deixaste-me sozinha e fugiste pra tão longe ou tão perto, que ja nao te consigo, nem quero agarrar!Perdeste o que gosto em ti, e ganhaste a tristeza k não conhecia...Mudaste as coisas boas, e pioraste as más....Querias tempo ou espaço, e dei-te isso tudo...querias respeito, e ainda te dei tanto....Quiseste muito e dei-te muito...Quiz pouco e não me deste nada...Será justo....Não!Juntos quisémos ser melhores pessoas...Separados quis ser melhor pessoa na mesma...e tu gostas de te manter assim!Eu sei que sou melhor pessoa quando respeito os outros, mas sei que sou pior pessoa quando aceito que os outros não me respeitem...Agora sou pior pessoa....Não me respeitas!Quiseste que sorrise para sempre...eu quis sorrir para sempre...mas não permitiste!Mataste o que me fazia sorrir! E mesmo assim achas que tens razão! Não vou esperar por ti, mas vou guardar tudo o que vivemos e tudo o que sorrimos, isso garanto!Um dia vamos poder ser cumplices, novamente!