quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Sozinha ou apenas sem má companhia?

A questão é que quando estamos sozinhas não estamos nem com más companhias nem com boas. Estamos, pura e simplesmente, sozinhas. E, como na maioria dos casos, também a solidão no mundo dos afectos tem o seu lado positivo e o lado negativo.

Desde há alguns meses que entrei, oficialmente, nesse grupo a que chamam "as solteiras". No início, explosão de adrenalina, há um mundo a conquistar, nada nem ninguém nos pode parar. Somos livres, LIVRES, como diria o Pacman "Somos grandes, gigantes, com dois metros de altura" (na verdadade, um gigante tem bem mais que 2 metros. Sabiam que o homem mais alto do mundo mede 2,53m?) e sentimos que não há limite às nossas ambições.

Mas quando a nossa vida sentimental se resume aos relatos da vida sentimental dos outros há sempre o perigo de nos tornarmos impacientes. Mas porque é que não aparece ninguém de jeito? Ou serei eu que não sou alguém de jeito? Oh não: auto-estima na berma da estrada a pedir esmola, não há roupa que nos fique bem (estou tão gorda, estou tão magra, estou um trapo, estou um farrapo... snif snif), este penteado faz-nos parecer 4 anos mais velhas ou 4 anos mais novas... enfim, instala-se o pânico na nossa cabecinha preenchida pelas cenas de Hollywood em que não há dama que não encontre um cavalheiro à sua altura.

A verdade é que uma das maiores lições que tenho vindo a aprender ao longo da minha humilde e curta vida foi a apaixonar-me por mim. Uma lição algo narcisista mas fundamental como o slogan do leite: se eu não gostar de mim, quem gostará? (hoje em dia o slogan já é diferente, algo como "se eu gostar de mim vão todos gostar" ou qualquer coisa do género). "A minha melhor companhia sou eu mesma", uma máxima cheia de força e muito bonita na teoria mas que na prática custa a implementar. Sou, sempre fui, uma pessoa socialmente carente. Preciso de gente à minha volta para conseguir consumir todo o blablabla que sou capaz de debitar continuamente. E gosto de ouvir. Gosto de ler expressões, gosto de trocar experiências, enfim sou uma "Pessoa de pessoas". Mas a verdade é que ninguém me pode acompanhar melhor que eu mesma: eu e eu temos os mesmos hobbies; eu e eu rimo-nos das mesmas partes num filme; eu e eu gostamos de andar descalças pela casa; eu e eu não gostamos de transportes públicos e optamos pelo carro ou pela boleia forçada; eu e eu temos os mesmos defeitos por isso não dá para criticar sem ser criticada de volta; eu e eu não podemos andar à estalada porque quem sofre é sempre a mesma! Eu e eu, um amor (algo esquizofrénico) para sempre!!!

Esquizofrenias à parte, a verdade é que quando aprendemos a desfrutar da nossa própria companhia, a solidão passa a ser uma sombrinha ridícula que não mete medo a ninguém.

Por isso, enquanto for só eu e eu, vou aproveitar ao máximo! E se entretanto surgir alguém digno de se sentar ao meu lado (ui, e acreditem... é difícil encontrar alguém que se consiga sentar ao meu lado por muito tempo!) nunca vou esquecer a minha euzinha, a minha melhor amiga e companheira mais fiel, nos bons e nos maus momentos, e ela há-de ter sempre o lugar mais especial de todos.


Qualquer suspeita de esquizofrenia/dupla personalidade/problemas psiquiátricos que tenham em relação a mim... bem, às vezes é óptimo ser maluquinha :P