domingo, 29 de abril de 2007

Rupturas civilizadas


Vamos terminar civilizadamente, fiquemos amigos: um pequeno passo em frente na tua direcção, um gigantesco salto mortal na história das minhas rupturas amorosas.
Afinal, o que é uma ruptura civilizada? Envolverá tal compromisso algo para além do boa noite, sorriso amarelo, acenar de mão frouxo? Será que a civilização começa onde os olhares de desprezo e as bocas terminam, ou é preciso esforçarmo-nos mais um bocadinho?
Uma situação totalmente nova e desconcertante, tenho de aprender tudo do zero... sorrir, como ignorar sem desprezar, como responder a piadinhas com piadinhas inocentes e igualmente simpáticas em vez de usar palavrões, como cravar as unhas na mesa quando nos apetece cravá-las no pescoço do ex... Garanto-vos, devia haver uma escola para isso!
De repente, já não sinto tanta vontade de ser amiga do meu ex como antes. Aquela pessoa maravilhosa que não queríamos perder da nossa vida começa a assemelhar-se a uma espécie de duende verde asqueroso, e estar no café torna-se uma maratona contra os nossos instintos: nada de atirar copos, espetar talheres nos olhos nem sequer asfixiar! Respirar fundo...Calar os nossos demónios, sufocados por sorrisos angélicos atirados à persona non grata.
Acima de tudo... um ar civilizado. E não é que, passado um tempo, isto resulta mesmo?! Com os dias, já não temos vontade de matar, nem sufocar, nem estrangular, nem de cometer qualquer outra forma de homicídio contra o nosso antigo mais que tudo. Começamos a achar-lhe piada outra vez, redescobrimos a razão porque nos interessámos por ele e, depois de conhecidos os defeitos, sabemos que até é um bom rapaz... no cantinho dele! ;)

Minhas amigas, o que arde cura, e a civilização pode ser complicada mas compensa... Afinal, somos senhoras ;)