Chamemos as coisas pelo nome: as feridas de amor são uma merda.
Passamos tempos indefinidos a lambê-las, na esperança de que cicatrizem, a escondê-las dos outros e de nós mesmas com pensos rápidos com bonecos do Shrek (ironicamente abraçado à Fiona), a ignorá-las quando as vemos ao espelho, sabendo que sim, estamos mudadas. Há ali uma parte de nós que não ficou igual, há ali a marca inegável de uma ferida provocada por palavras, por gestos e por actos. Mesmo quando nos habituamos a ela, no reflexo, ela permanece lá, só que já não a notamos. Ficámos diferentes, mas já não nos lembramos de como éramos antes.
Esquecemos que houve um tempo em que confiávamos e acreditávamos no amor para sempre. Esquecemos que houve alturas em que julgávamos que a felicidade estava a um abraço de distância. Esquecemos que um dia fomos assim, crentes e inocentes, mas que o tempo nos fez saber, sem rodeios nem falinhas mansas, que a vida é bem mais complicada que isso e que aqueles que um dia nos fizeram sentir que a lei da gravidade não passava de uma invenção estúpida, são os mesmos que nos ensinaram que a queda é inevitável, que a gravidade se há-de rir perante a nossa descrença e que quanto mais alto subirmos... maior a queda.
É uma tragédia que atravessa toda a humanidade, desde os tempos mais remotos. Como se terá sentido a primeira mulher a chorar por um homem? Na sua caverna fria e solitária, imagino-a a desenhar imagens jocosas do respectivo, comparando-o a algum mamute e prometendo não voltar a cair. Não mudámos muito desde então, pois não?
Mas será isto, necessariamente, uma tragédia? Quer dizer, é inegável que dói, que transforma, que nos desfaz em pedaços e reconstrói sem saber bem onde encaixavam as peças. Mas não é verdade que o bem só existe por oposição ao mal, que a sombra depende da luz, que a felicidade é,na maioria das vezes, a ausência de tristeza? Então, se não houvessem feridas, se tudo resultasse à primeira, que valor teriam os bons momentos, os grandes momentos de cada relação, aqueles que se transformam em curtas-metragens fantásticas que são armazenadas na nossa memória com rótulos de nome masculino?
Tenho de admitir que já faz algum tempo e que a distância facilita tudo. E que este mesmo discurso, tão certinho e adulto, me parecerá estupidamente falso quando estiver a arrancar cabelos e maldizer toda a raça masculina.
Mas enfim, estou num momento de clarividência que só a distância mesmo pode proporcionar. E se com isso puder ajudar alguém a arrancar menos 2 ou 3 madeixas d cabelo, que tantos euros custam a pintar no cabeleireiro, dou-me por satisfeita.
Afinal, temos de ser umas para as outras. É assim que as coisas são.
Passamos tempos indefinidos a lambê-las, na esperança de que cicatrizem, a escondê-las dos outros e de nós mesmas com pensos rápidos com bonecos do Shrek (ironicamente abraçado à Fiona), a ignorá-las quando as vemos ao espelho, sabendo que sim, estamos mudadas. Há ali uma parte de nós que não ficou igual, há ali a marca inegável de uma ferida provocada por palavras, por gestos e por actos. Mesmo quando nos habituamos a ela, no reflexo, ela permanece lá, só que já não a notamos. Ficámos diferentes, mas já não nos lembramos de como éramos antes.
Esquecemos que houve um tempo em que confiávamos e acreditávamos no amor para sempre. Esquecemos que houve alturas em que julgávamos que a felicidade estava a um abraço de distância. Esquecemos que um dia fomos assim, crentes e inocentes, mas que o tempo nos fez saber, sem rodeios nem falinhas mansas, que a vida é bem mais complicada que isso e que aqueles que um dia nos fizeram sentir que a lei da gravidade não passava de uma invenção estúpida, são os mesmos que nos ensinaram que a queda é inevitável, que a gravidade se há-de rir perante a nossa descrença e que quanto mais alto subirmos... maior a queda.
É uma tragédia que atravessa toda a humanidade, desde os tempos mais remotos. Como se terá sentido a primeira mulher a chorar por um homem? Na sua caverna fria e solitária, imagino-a a desenhar imagens jocosas do respectivo, comparando-o a algum mamute e prometendo não voltar a cair. Não mudámos muito desde então, pois não?
Mas será isto, necessariamente, uma tragédia? Quer dizer, é inegável que dói, que transforma, que nos desfaz em pedaços e reconstrói sem saber bem onde encaixavam as peças. Mas não é verdade que o bem só existe por oposição ao mal, que a sombra depende da luz, que a felicidade é,na maioria das vezes, a ausência de tristeza? Então, se não houvessem feridas, se tudo resultasse à primeira, que valor teriam os bons momentos, os grandes momentos de cada relação, aqueles que se transformam em curtas-metragens fantásticas que são armazenadas na nossa memória com rótulos de nome masculino?
Tenho de admitir que já faz algum tempo e que a distância facilita tudo. E que este mesmo discurso, tão certinho e adulto, me parecerá estupidamente falso quando estiver a arrancar cabelos e maldizer toda a raça masculina.
Mas enfim, estou num momento de clarividência que só a distância mesmo pode proporcionar. E se com isso puder ajudar alguém a arrancar menos 2 ou 3 madeixas d cabelo, que tantos euros custam a pintar no cabeleireiro, dou-me por satisfeita.
Afinal, temos de ser umas para as outras. É assim que as coisas são.
1 comentário:
Bem... ajudar ajudar, n ajudast LoL Mx k n é mentira o k dixest, tb n é! Mas infelizmente esse teu estado de espírito só se consegue com distância, e com algum tempo tb! Se calhar tb já sabx como lidar c a pessoa em questão, o k facilita... Mas pronto! Espero daki a uns dias voltar a este blog e comentar este mesmo post dizendo: "Já está! Já estou assim cm tu". Pk sei k mais cedo ou mais tarde é assim que vou estar... Mas como todas as "terapias", curar uma ferida tb tem várias fases... e eu ainda nao tou nessa!!!
bju***belinha :P lool
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