quinta-feira, 24 de maio de 2007

Só gosto de ti, e de ti, e de ti... vá e de ti também!




Ele tem uma mulher, uma namorada e uma amante... até agora, tudo bem, nada de extraordinário nos tempos que correm. (caro leitor, caso esteja a espumar da boca num gesto de pura indignação veja a nota no fim do texto. Obrigada)


Surpreendeu-me, porém, o facto de estar metido com as 3 na cama ao mesmo tempo. Isso, as 3. Sim, ao mesmo tempo. Aventura? Prenda de anos? Último desejo concedido a um homem moribundo? Nada disso! Este senhor vive com as suas TRÊS mulheres, numa tranquila casinha dos EUA. É aquilo a que nós chamamos polígamo. Cheio de amor para dar, o seu coração não fica preenchido com uma só mulher: "há espaço para muitas, babyyy!". Ora, nisto eu sou muito liberal: se ele está bem, se elas estão bem, se todos são felizes assim, conscientes da existência de todas as partes envolvidas, então... eu estou bem com isso! Desenhem um smile na camisola e vamos comer um churrasco à good old american way! Os poliamorosos tiveram maior destaque na época dos hippies, do amor livre, em que umas drogas para a carola faziam milagres e de repente amava-se o mundo inteiro, mesmo quando minutos atrás se protestava contra ele. Tempo do surgimento do LSD, em que esses mesmos hippies serviram de cobaias para experiências e... bom, estou a desviar-me do tema!


O importante aqui é reflectir sobre o papel de cada indivíduo, como singular, numa relação que, me parece, implica esquecer em grande parte o individual e sacrificar em nome do conjunto. Porque se o senhor fica todo contente de cada vez que muda de cama (hummm o pior é que descobri que a cama é a mesma para todas! Momento bastante traumatizante, em que uma delas diz: Está uma coisa nojenta na cama! ao que ele responde: Não faz mal!), não me pareceu que elas ficassem assim tão animadas por terem de dividir o companheiro entre elas, com direito a dias marcados em calendários espetados no frigorífico!


Uma delas, confessava o seu ciúme ao jornalista, e justificava a sua escolha por nunca ter encontrado alguém que a tivesse tratado tão bem como ele!




Sim, leram bem.




Imagino o quão traumatizada deve ter ficado para, sem qualquer predisposição para relações deste género, e ainda por cima com o monstrinho verde a corroê-la por dentro, aceitar dividir assim o namorado! E queria dizer-lhe: seres bem tratada não é um privilégio, é um direito! O facto de ele te tratar bem não faz com que ele possa ter mais mulheres! E podes encontrar alguém que te trate tão bem ou melhor que ele, sem que o tenhas de partilhar! Podes ter alguém só para ti!


Não se pense, porém, que só os homens se dividem entre várias parceiras. Uma british lady posava para a câmera com os seus dois maridos(?), namorados (?), amantes (?)... bom, com dois homens que vivem com ela.




E eu penso que se alguém pode ser verdadeiramente feliz assim, então é porque já chegou a um estado de maturidade brutalmente elevado. Em que o ciúme não existe. Em que o amor não é exclusivo. Em que ver o nosso companheiro feliz com outra nos faz feliz por extensão.


E tenho a certeza de que sou MUITO imatura nestas coisas... Porque eu parto, eu grito e rasgo. Eu choro, eu juro e cumpro... Ui, é só aquele mau feitio...
Nota: Este texto refere-se ao caso específico de poligamia por mim observado esta manhã, num documentário do canal Odisseia, enquanto tomava o pequeno-almoço. Não venham queimar bandeiras anti-feminismo ou anti-monogamia em frente à minha casa por favor. Além disso, seria uma perda de tempo, visto que tenho os estores corridos. Obrigada, sejam felizes :D Baci e abracci per tutti!
PS - aceitam-se, porém, todos os comentários que respeitem as liberdades dos outros, visto que vivemos em democracia e num país com liberdade de pensamento e expressão consagrada na constituição.
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