sexta-feira, 11 de maio de 2007

Bem te quero...

...mal te quero.

Podia ser o título de uma canção pimba, cantada pelo grande Quim Barreiros, ou entoada entre berros de mulheres histéricas pelo famosíssimo Tony Carreira.

Mas não é. Infelizmente.

Se é um mal exclusivamente feminino ou se afecta homens e mulheres, ainda não percebi. Mas a verdade é que as mulheres são um ser inevitavelmente e permanentemente descontente. Se à primeira parece a típica frase machista, piadinha sobre o sexo femino, o facto é que esta máxima tem a sua verdade e nós, mulheres do séc. XXI deviamos pensar um bocadinho sobre isto.

Tenho vindo a aprender, ao longo dos meus ainda escassos anos de vida, que não existe o homem perfeito. Porque a perfeição não é estável, é mutável, e os nossos critérios vão-se alterando com o tempo. E ou o nosso companheiro muda com eles, ou então... lá está a mulher descontente!Estamos numa relação conturbada, cheia de problemas, gritos, discussões e rezamos a Deus por um homem melhor, mais compreensivo, meigo, calmo, responsável e maduro. Mas depois, quando encontramos o espécime tão procurado, chega a frase mestra, aquela que temos pronunciado invariavelmente em discussões de café: Será que ainda desejas o que consegues quando consegues aquilo que desejavas?

As teorias multiplicam-se, explicações procuram-se, puxamos os cabelos em busca de uma resposta que insiste em esconder-se: o que é que nos leva a ser assim? Porque é que nunca estamos satisfeitas?

Tenho de admitir que ainda sou daquelas que acreditam em almas gémeas... Assim sendo, será que só a nossa alma gémea poderá travar este processo diabólico de desejo - descontentamento? Cresci a acreditar que quando Ele aparecer eu vou perceber logo. Que há um click instantâneo, uma força invisível que nos puxa para Ele (Ele, o verdadeiro, a nossa alma gémea), e que no fim, tudo acabará com um bonito "e foram felizes para sempre". Só que a vida tem provado que almas gémeas não se encontram ao virar da esquina, e que clicks há muitos e que podem bem não passar de pura ilusão ou o vibrar do telemóvel no bolso das calças. Culpemos o cinema, por todas as suas fantasias, pelo embarrar com o estranho no metro e voilá aqui está o homem da nossa vida, alguém que, num dia de chuva, deixou o chapéu em casa como nós e nos olha sorrindo, o homem que nos bate no carro sem querer e, de repente, em vez de click faz CABUM: não temos carro mas temo-lo a ELE... Romance, romance, romance.

E lá vamos tentando, entre cliques e olhares, entre sorrisos e gestos, descobrir, no meio da multidão, aquele que traz o remédio para o nosso mal. Até lá, a vida é uma lição. Que cada realção seja mais um degrau no caminho para o nosso aperfeiçoamento, para no fim, quando o verdadeiro CLICK CABUM ou TRÁSXAPÁS chegar podermos mesmo dizer...


"And they lived happily ever after"


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